São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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REPERCUSSÃO

Fernando Bonassi, 33, escritor - "Ouvi dizer que havia uma denúncia de bomba, mas não houve tumulto, pelo menos no pavilhão azul, onde eu fiz a minha sessão de autógrafos às 14h30. Sei que isolaram o pavilhão vermelho. Eu estava andando lá perto, e alguns policiais militares pediram para eu sair, porque estavam isolando a área. Acho uma babaquice, uma coisa imbecil. No mínimo, o cara que fez isso deve ser infeliz para caramba. Mesmo que estivesse ligado a alguma associação, seria terrível, insano."

Raquel Barcha, 30, atriz do programa "X-Tudo" da TV Cultura e escritora - "Eu estava dando uma entrevista por volta das 14h e de repente houve um blecaute total. Depois, as pessoas ficaram um pouco nervosas, e havia policiais com cachorros. Mas logo as crianças começaram a brincar com os cachorros e ninguém percebeu nada. Só depois é que fiquei sabendo que havia uma bomba. Acho essa história um absurdo. Não me senti no Brasil, mas no Líbano. O lugar estava cheio de crianças! Isso não tem a cara de Brasil."

Pedro Bandeira, 54, escritor - "Ouvi falar em bomba, mas pensei que fosse brincadeira. Saí da Bienal hoje achando que era uma denúncia falsa. No pavilhão azul não houve nada. Havia muitas crianças e não houve pânico. Só vi a polícia de longe. Quem é o maldito que fez isso? Não acredito que seja verdade. Quem fez, foi por um sadismo qualquer. É preciso mais do que pendurar bandeiras brancas nas janelas. É preciso lavar a humanidade por dentro. Saí de lá de alma leve, não sabia que devia ter saído chorando."

Ubirajara Dolacio Mendes, 82, escritor - "Eu estava pronto para ir às 16h autografar o meu livro, mas me ligaram avisando sobre a bomba, e não fui. Sempre tem um louco querendo criar um caso. Uma explosão ali criaria pânico, as pessoas poderiam morrer pisoteadas. Não pode haver nenhum motivo para alguém fazer isso em uma exposição de livros."

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