São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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Bomba causaria estragos em raio de 5 m

DA REPORTAGEM LOCAL

A bomba encontrada na Bienal do Livro poderia provocar ferimentos em um raio de 5 m de distância. Ela era feita com um baixo explosivo, possivelmente pólvora.
Essas são as primeiras conclusões feitas pelos policiais do esquadrão antibombas do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar de São Paulo).
Segundo o tenente Alexander Freixo, 23, a bomba era pouco maior que uma bola de bilhar. O explosivo estava envolto por papel atado com fita adesiva. Do invólucro saíam dois fios que o ligava a um relógio movido a pilha.
Segundo o Gate, o relógio da bomba estava desligado. O tenente disse que "aparentemente o artefato não tinha mecanismo detonador", ou seja, que a bomba não estava preparada para explodir.
O tenente disse que a bomba era rústica e de fabricação caseira. "Quem a fez tem conhecimentos pequenos sobre como montá-la. Ela poderia causar ferimentos leves em quem estivesse perto na hora da explosão", disse o policial.
Ele criticou a ação do funcionário da Bienal do Livro que retirou a bomba do banheiro em que foi encontrada. "A movimentação poderia ter causado algum atrito e provocado uma explosão."
Gancho
O Gate chegou à Bienal por volta das 13h40. Durante 50 minutos, os policiais examinaram a bomba e decidiram que poderiam removê-la sem que houvesse detonação.
Mas o robô importado de Israel usado nessas operações está quebrado. Por isso, os PMs usaram um gancho na ponta de um mastro para pegar a bomba e colocá-la num recipiente em forma de barril, próprio para transportá-la.
Às 15h, a bomba foi detonada no campo da Sociedade Paulista de Trote, na Vila Maria (zona norte). Lá, os PMs puseram uma carga explosiva em cima da bomba. "Explodimos a carga, o que detonou o artefato", disse o tenente.
A detonação ocorreu dentro do recipiente. Segundo o policial, o método de detonação é seguro.
Os resíduos da bomba foram recolhidos em saco plástico. Eles serão analisados pelo Gate, que fará o laudo sobre a mecânica do artefato explosivo. O Instituto de Criminalística deverá fazer a análise da substância explosiva para tentar identificá-la.
Números
Os números do Gate apontam para uma média de duas bombas encontradas por semana na Grande São Paulo. De acordo com eles, ocorrem de uma a duas ameaças de bomba por dia na região.
Segundo o tenente, o Gate deve ser chamado imediatamente toda vez que alguém encontrar um objeto semelhante a uma bomba. "Ninguém deve mexer no objeto, só os peritos."

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