São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 1996
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Reading é maior dos festivais

Evento que começa hoje na ilha reúne mais de cem bandas

LÚCIO RIBEIRO
EM LONDRES

Em tempo de Monsters, o que interessa mesmo no cenário do rock está aqui, mais em cima, do outro lado do oceano.
Começa hoje e vai até domingo, na minúscula cidade inglesa de Reading (ao norte de Londres), a versão 96 do Reading Festival, o maior encontro de "grandes bandas, boa cerveja e pessoas legais" do planeta.
São mais de cem grupos distribuídos em três palcos, trazendo 32 horas de guitarras e vozes de todas as tribos: neo-punk, noise, britpop, dance, indie, hard.
Mas não é só a barulheira do Reading que promete atrapalhar o sono da rainha Elizabeth, que já não deve estar dormindo desde o último sábado, quando aconteceu o famoso festival heavy metal de Donington Park.
Um disputado show secreto da banda Oasis, hoje, em algum lugar de Londres, e um festival de punk domingo, também na capital da Inglaterra, vão fazer o rock ecoar incessantemente na orelha da Família Real (leia texto abaixo).
Reading
Preocupado em mostrar o rock de hoje, mas também o de ontem e principalmente o de amanhã, o Reading 96 fez uma escolha de bandas de primeira.
Suas atrações e organização deixam eventos como Monsters of Rock, Hollywood Rock e até o ex-alternativo Lollapalooza parecerem festivais de colégio.
Rage against the Machine, Offspring, Garbage, Sonic Youth, Black Grape, Stone Roses, Butthole Surfers, Weezer são alguns dos nomes que vão justificar o lema do evento: "Talvez o maior festival de rock do mundo".
O "talvez" do jargão está em algum lugar entre a modéstia e a ironia dos britânicos.
"Temos grandes festivais aqui na Inglaterra, como o Phoenix e o Glastonbury. Quanto ao Reading ser o maior e o melhor, deixamos para o público julgar", disse à Folha o diretor do festival, Vince Power.
"Se uma grande banda não está na lista do Reading é porque ou ela tocou no ano anterior ou vai tocar no ano seguinte", completou Power.
Segundo Vince Power, está previsto um consumo de cerveja entre 100 e 120 mil litros para os três dias, para alegria da Carslberg, fornecedora exclusiva do festival.
Além da música e de toda a infra-estrutura de comida e bebida, a "cidade" montada dentro da fazenda que abriga o Reading comporta um camping para 15 mil pessoas, traz um palco para comediantes (que à noite se transforma numa boate) e ainda oferece os altos e baixos de um bundge-jumpee.
O festival terá transmissão exclusiva para o circuito interno de todas as lojas da Virgin Records, que levará ao vivo o som do Reading direto dos shows para os clientes que estiverem fazendo compras nos dias do evento.
Internet
Para quem quiser conferir o Reading sem sair do Brasil, o semanário inglês "New Music Express", especializado em música pop, vai botar o festival ao vivo na rede mundial de computadores, a Internet.
No site do jornal (www.nme.com), será possível ouvir o som do palco principal e ler entrevistas com as bandas, além de reportagens nos bastidores do festival.
A NME promete ainda colocar na rede imagens instantâneas dos show feitas por uma câmera digital.

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