São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Malan aceita discutir crédito facilitado

MÁRIO MOREIRA
ENVIADO ESPECIAL A NOVA FRIBURGO

O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que aceita discutir o ritmo do gradualismo com que o governo vem flexibilizando as restrições ao crédito e reduzindo as taxas de juros.
"A discussão agora é sobre esse gradualismo, e estou disposto a discutir isso", afirmou.
Malan foi a Nova Friburgo (região serrana fluminense, cerca de 160 km a nordeste do Rio) para participar da abertura do 1º Congresso das Associações Comerciais do Estado do Rio de Janeiro.
Para o ministro, o PIB (Produto Interno Bruto, conjunto dos bens e serviços produzidos no país em um ano) crescerá 3% em 96.
Anteontem, o coordenador do PIB do IBGE, Almir Cronemberger, previu que a economia vai crescer 2,6% em 96 -o pior resultado desde 92 (queda de 0,9%).
Razoável
Malan disse que um crescimento "próximo a 3%" é razoável se for levado em conta que "está havendo uma clara reativação do nível de atividade econômica".
Isso, segundo ele, ficará caracterizado por um crescimento "bastante razoável" no segundo semestre deste ano, apontando para uma alta do PIB entre 4,5% e 5% em 97.
Segundo Cronemberger, para que o PIB cresça 2,6% neste ano, é necessário crescimento de 5,23% no segundo semestre em relação ao mesmo período de 95.
Ao comentar a virtual estagnação econômica do primeiro semestre, Malan disse que há muitas formas de se ver estatísticas. Para ele, o importante é que não houve nem há recessão, e que os números apontam para uma recuperação.
"Fundamentalmente, deve-se analisar olhando para a frente, e olhando também se está sendo feito algo para garantir um desenvolvimento sustentado."
Depoimento
O ministro afirmou que vai depor na Comissão de Defesa do Consumidor do Congresso, que analisa a liberação das tarifas bancárias. Seu depoimento está marcado para o próximo dia 29. Malan mostrou irritação ao responder à pergunta da Folha sobre se compareceria para depor.
"Mas isso é óbvio, mas é óbvio! Poxa! Você me faz essa pergunta! Eu nunca deixei de atender a uma convocação, o que é isso?", disse.
Os integrantes da comissão dizem já ter sugerido três datas a Malan, que não teria respondido.

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