São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Juro cai com isenção do ICMS, diz Kandir

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre as exportações abrirá espaço para que o governo reduza as taxas de juros, afirmou ontem, em São Paulo, o ministro do Planejamento, Antonio Kandir.
Isso irá ocorrer porque a desoneração do ICMS sobre as exportações de produtos primários, semi-elaborados, máquinas e equipamentos provocará ajuste nas contas externas do país, além de reduzir os custos das empresas, completa Kandir.
O acordo com os Estados que resistiam à isenção foi fechado quinta-feira passada. O governo espera que na próxima terça-feira seja aprovado o regime de urgência para votação do projeto de lei complementar e que, no dia seguinte, ele seja apreciado pela Câmara dos Deputados.
"O projeto de lei deverá ser encaminhado ao Senado até a segunda semana de setembro. Se aprovado, estará em vigor no final de outubro", diz Kandir.
Prazo de compensação
Segundo o acordo, o prazo de compensação dos Estados pela perda de arrecadação do ICMS será de seis até dez anos.
O período de julho de 95 até junho de 96 será a base de referência para calcular a perda de receita.
Se ela for superior a 10%, o Estado terá, a cada dois pontos percentuais de queda, um ano suplementar no prazo inicial, que é de seis anos.
"O prazo do seguro de receita irá variar de acordo com a estrutura de cada Estado. O governo federal irá pagar a diferença segundo a base de referência", afirma Kandir, que se reuniu com empresários na Câmara de Comércio Americana.
A base será reajustada pelo IGP. Os Estados que obtiverem no período acréscimo fiscal -por maior eficiência na arrecadação- também serão recompensados por um adicional ao valor máximo de transferência.
Ele deverá ser, segundo Kandir, de 3% no primeiro ano e de 2% no segundo para todos os Estados.
O teto fixado para os ressarcimentos é de R$ 3,6 bilhões para 97 e de R$ 4,4 bilhões em 98.
O governo irá repassar mensalmente os recursos aos Estados.
Abatimento das dívidas
Os recursos serão transferidos aos Estados por meio de títulos que serão usados para abater suas dívidas com o governo federal.
Os municípios, que recebem parte da arrecadação do ICMS, receberão a compensação em dinheiro, diz Kandir.
"Quando o Estado zerar sua dívida com o governo federal, também passará a receber o ressarcimento em dinheiro", diz o ministro do Planejamento.
Segundo ele, a desoneração do ICMS sobre exportações vai estimular o setor agrícola.
A previsão é que a rentabilidade dos projetos agrícolas de soja e de café aumentem 11% e 13%, respectivamente. As exportações de laminados deverão crescer 22%.
"O setor agrícola está se movimentando e mudará sua performance com a aprovação da lei", afirma o ministro.

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