São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996 |
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Moto-perpétuo
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE Em seis horas de reunião FIA e Foca resolveram mudar a cara da F-1 a partir do ano que vem.Enquanto o mundo discutia soluções para a falta de competitividade, os barões foram rápidos e, numa penada, acabaram com a sexta-feira, dilataram o calendário, abriram as portas para o terceiro carro e ainda redividiram o bolo que arrecadam com as TVs. Com tanta mudança, teve os que não assinaram o novo "Pacto de Concorde" -o nome vem do endereço da FIA em Paris, a place de La Concorde. Ken Tyrrell e Ron Dennis recusaram assinar o documento. Frank Williams rubricou, mas desistiu quatro dias mais tarde. Por quê? Disse, na Bélgica, que a coisa ficaria perigosa, com o menor tempo de ajustes nos monopostos. O quê? Lembrou de Imola? Soou a desculpa esfarrapada. Na verdade, os três times ingleses não gostaram de ter que dividir o dinheiro. Pior, comenta-se que nem seria essa a maior preocupação. A tal transmissão interativa, batizada de "Supersignal", que será ofertada a cabo aos telespectadores, parece ser o outro pomo da discórdia. A taxa ecclestoniana, como em outras oportunidades, estaria elevada demais. Mas por quê, então, Ferrari e Benetton concordaram? A Ferrari, obviamente, por estar na lama há tempos. Menos treinos e testes, que também foram limitados pelo pacto, tornariam a disputa mais imprevisível, bom para quem tem piloto que tira água de pedra. Os motivos da Benetton credito ao pragmatismo de Flavio Briatore. Sabe que tem poucas chances contra o poderio técnico da Williams. E, talvez, tenha pensado no futuro -ele é o sucessor natural de Ecclestone. Pode até ser que a dissidência do trio britânico provoque alterações no plano inicialmente traçado. Creio, porém, que o caminho é sem volta. Basta acertarem as cifras. Texto Anterior: Violência das organizadas está enterrada Próximo Texto: Dança da chuva; Negócios; Fim-de-semana Índice |
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