São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Darnton mostra a gênese da imprensa

DA REPORTAGEM LOCAL

O historiador Robert Darnton falou anteontem, para um auditório lotado, no Departamento de História e Geografia da Universidade de São Paulo, sobre "a mídia na Paris do século 18".
Acompanhado pelas professoras Lilian Schwarcz e Laura de Mello e Souza, Darnton resolveu alterar o assunto de sua palestra.
O tema antes prometido, "Iluminismo e Pós-Modernismo", deu lugar a uma exploração sobre os vários meios que constituíam uma rudimentar imprensa na França do período pré-revolucionário.
Pedindo aos vários alunos que se aglomeravam na porta do auditório (com capacidade para 200 pessoas) para que "não fossem tímidos" e se juntassem aos grupos sentados no chão, Darnton iniciou sua fala às 18h15.
Durante uma hora e meia montou, por meio de suas análises, um painel do cotidiano e do "tráfico de informações" que transformavam os atos da realeza em boatos e comentários do povo.
"Devemos nos perguntar: o que é notícia? Ela não é um fato, mas uma narrativa sobre o fato. Se imaginarmos que na França do século 18 não havia uma imprensa constituída, como os jornais de hoje, de que maneira as pessoas tinham conhecimento da narrativa?"
A resposta, para Darnton, pode ser encontrada olhando a lista de "best sellers proibidos da França" entre 1769 e 1789.
Ao lado de trabalhos de Voltaire, estão uma série de livros sobre o comportamento da realeza e do clero, obras que só puderam ser constituídas com a união dos três meios que compunham uma imprensa informal: a história oral, o manuscrito como documento e, por fim, as pequenas publicações.

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