São Paulo, sábado, 24 de agosto de 1996
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Ford sustenta invasões

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O sábado tem filmes para todos os gostos: da comédia ("A Volta da Pantera Cor-de-Rosa", na TNT, às 15h) ao épico ("O Último Imperador", na HBO, às 17h45).
Há também o contemporâneo e o clássico, o europeu, o chinês etc. De todos, o mais atual é "Perigo Real e Imediato", que estréia às 21h (Telecine). Não que o filme de Philip Noyce seja assim tão bom.
É o chamado "filmão": produção grande, história facilmente digerível, Harrison Ford. E Ford, no caso, é diretor-adjunto da CIA, encarregado de combater o cartel do narcotráfico.
E como o tráfico parece ser obra exclusiva de estrangeiros -latino-americanos, de preferência-, Noyce faz um filme de campanha: o objetivo é induzir, apoiar e justificar a invasão de outros países.
Acrescente-se a isso que a Casa Branca é ocupada por um tonto (leia-se: só a polícia secreta sabe o que faz) e o filme está completo. A idéia geral é: vamos entrar onde for preciso, por razões de segurança, saúde ou o que for.
"Perigo Real" é dramaticamente mais político do que aparenta ser. Pela mesmo motivo, é um filme a ser visto com com atenção.
(IA)

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