São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Teste aponta necessidade de operar bebê

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

A socióloga Lúcia (nome fictício), 32, está na 25ª semana da sua primeira gestação. Na 18ª semana, seu teste de alfa-feto proteína (um dos hormônios dosados) veio ligeiramente alterado. Uma repetição do teste (uma semana depois) confirmou a alteração.
Lúcia se submeteu então a um ultra-som que revelou a presença de uma malformação conhecida como onfalocele -abertura na parede abdominal do bebê.
"Levei um susto. Não esperava esse resultado." Os outros exames indicaram que o bebê estava bem. A criança deve se submeter a uma cirurgia para corrigir seu problema logo após o parto.
"Acho de suma importância fazer esse exame. Pela minha idade, eu não seria candidata, a rigor, a nenhuma investigação especial. O teste me deu oportunidade de saber exatamente o que estava acontecendo e de programar a melhor forma de ajudar meu filho'.
Lúcia também defende o teste para todas as mulheres. "Embora ele possa causar uma ansiedade desnecessária, acho que vale a pena ter esse tipo de informação."
Lúcia diz que se o problema com o feto fosse mais sério, como uma anencefalia (ausência de cérebro), ela teria amparo legal para interromper a gestação. "E eu poderia saber disso precocemente fazendo o exame".
"Acho que as gestantes têm muito medo daquilo que não sabem. O que se sabe pode ser trabalhado melhor", conclui.Duas mulheres que tiveram resultados alterados no teste que dosa os hormônios durante a gravidez acabaram passando recentemente por experiências opostas.
Falso positivo
A comerciante Daniela Farina Severo de Castro, 31, está na 38ª semana da sua segunda gestação. Perto da 16ª semana, ela se submeteu à dosagem de hormônios e obteve um resultado que indicava risco aumentado para Síndrome de Down (mongolismo).
"Fiquei louca, nervosa. Sabia que o resultado podia ser falso e morri de medo do risco de perder o bebê ao colher o líquido amniótico. Mas não fiquei tranquila até saber exatamente como estava meu filho."
Daniela teve seu líquido colhido para realizar o cariótipo (exame que verifica a conjunto dos cromossomos) do feto. O teste veio normal. "Apesar do estresse enorme que passei, acho que vale a pena dosar os hormônios e saber se há algum tipo de suspeita."
Na sua primeira gestação, Daniela também tinha feito o teste e o resultado veio normal. "Se houver uma próxima gestação, faria novamente o teste."
(JB)

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