São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996 |
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Certificado não garante sucesso
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
Muitas das empresas que conseguiram o ISO enfrentaram problemas graves nos últimos anos, sendo que algumas delas acabaram tendo seu controle vendido para outros grupos. Dois casos de destaque são Metal Leve e Estrela. "O ISO não é, de forma alguma, uma solução para todos os males da empresa. Ao contrário, se uma empresa segue processos de produção errados, inadequados e adota um programa para obter o ISO, pode até quebrar", diz João Antonio Mattei, 35, diretor da empresa de consultoria NBS, que em 95 trabalhou com 40 empresas interessadas no certificado. Neste ano, até agora, tem 30 clientes. Dois casos menos conhecidos envolvem empresas que estão na listagem das 50 companhias que foram as primeiras a conseguir certificação no Brasil, ainda no início desta década. A Companhia Paulista de Ferro Ligas estava nessa lista dos 50 primeiros certificados ISO. A obtenção do ISO não foi suficiente, porém, para evitar que a empresa, uma das maiores do país no setor de metalurgia, enfrentasse nos últimos anos sérios problemas. A companhia acumulou uma dívida de cerca de US$ 300 milhões, entrou em concordata e acabou sendo vendida, no ano passado, para uma associação formada pela Vale do Rio Doce e Usiminas. Multinacionais Outro exemplo tirado da lista dos 50 primeiros ISO é o da Eletrometal, que chegou a ser o quarto maior fabricante de aços especiais do país. A empresa, que era controlada pela Acesita, acabou sendo incorporada pelo grupo Villares. A própria Villares foi uma das 50 primeiras companhias a obter o ISO no país e também enfrentou problemas nos últimos anos, tendo adotado recentemente um programa de reestruturação administrativa. É um caso semelhante ao da Bardella. (CGF) Texto Anterior: Embraco envia equipe à China Próximo Texto: O que é e como funciona o processo de certificação Índice |
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