São Paulo, domingo, 25 de agosto de 1996
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Tendência não é unanimidade

DA REPORTAGEM LOCAL

O estrangeirismo pode estar em voga, mas não chega a ser unanimidade entre publicitários e moradores de edifícios.
O diretor-presidente da Futura Propaganda, Mário Cohen, 49, é contra essa tendência.
"O nome tem que ser uma coisa simples, ligada à região onde o prédio está localizado, e mais despretensiosa."
Sua agência, no entanto, não trabalha com o setor imobiliário. "Acho muitos nomes de prédios breguíssimos, e a arquitetura horrorosa", diz Cohen.
Para a professora de toponímia da USP Maria Vicentina Dick, "o português, com todos os recursos que possui, parece não ser suficiente". Segundo ela, o estrangeirismo é efeito da globalização.
A professora Maria Lúcia Bartolomeu, 43, moradora do edifício Macuco, diz que prefere nomes como esse aos estrangeiros. Macuco é uma ave.
Já para Carlos Augusto Valadão, diretor de criação da Eugenio & Associados, o nome nacional "dá uma banalizadinha" no empreendimento. "É mais adequado para um padrão mais baixo."
Praia
Algumas construtoras buscam saídas alternativas para escolher os nomes dos seus prédios.
A paulista GHG, por exemplo, coloca nomes de praias em 98% dos seus lançamentos.
"Na realidade, acho que o comprador não dá a mínima", arrisca o diretor Márcio Buk, 31.

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