São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996
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Bala perdida mata economista em casa

DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Raul Andrade Silveira, 57, morreu anteontem após ser atingido, às 18h30, por uma bala no queixo em seu apartamento, no Brooklin (zona sul de São Paulo). A polícia crê que ele tenha sido morto por uma bala perdida.
O tiro, segundo o delegado Romeu Tuma Júnior, titular do 96º Distrito Policial, foi disparado em um tiroteio ocorrido em um bar a 60 metros do apartamento, no 11º andar de um prédio localizado na rua Flórida.
O principal suspeito de ter sido autor do disparo, o mecânico Getúlio Alves de Souza, 39, fugiu, mas já teve sua prisão preventiva decretada.
Antonio Bezerra da Silva Filho, 40, foi preso em flagrante, acusado de cumplicidade na morte do economista por fornecer a Souza, naquele dia, um revólver calibre 38.
"Ele não só forneceu como praticamente induziu o Getúlio a cometer o crime", disse Tuma.
O revólver está desaparecido, mas a polícia apreendeu outras balas disparadas pelo revólver para comparar com o projétil encontrado no corpo do economista.
A comparação dirá se a bala que matou Silveira foi disparada pelo mesmo revólver.
Fatalidade
Mesmo sem ter o resultado do exame das balas, o delegado disse que só acredita na hipótese de uma bala perdida.
No momento do crime, o economista, que trabalha em uma empresa de auditoria, estava sozinho em seu quarto. Seu filho Rogério Silveira estava no quarto com a namorada.
"Não há sintomas de briga entre Silveira e o filho que motivasse um assassinato", diz o delegado. "Foi uma bala perdida."
A polícia acredita que Silveira tenha ido à janela do apartamento após ouvir os disparos na rua.
"Foi uma fatalidade, uma coisa absurda", disse Tuma.
Briga
O tiroteio apontado como sendo a causa da morte do economista ocorreu em um bar na avenida Santo Amaro, entre Getúlio Alves de Souza e Luis Gonzaga Fonseca.
Fonseca, dono do bar, interveio em uma discussão entre Souza e outro cliente e foi ameaçado.
Souza, embriagado, teria saído do bar e, ao voltar, disparado entre 6 e 12 tiros. Fonseca foi ferido no ombro e revidou, com uma pistola calibre 635.

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