São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996
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Raimundos batem metal importado

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Espanha, Dinamarca e Alemanha renderam-se à nova música popular brasileira.
A entrada da banda de Brasília no palco, às 17h30 de sábado, foi inesquecível: em questão de segundos, o gramado transformou-se em uma grande onda humana, capaz de provocar um som ensurdecedor.
"Eu Quero Ver o Oco", gritava em uníssono o Pacaembu. Foi assim durante uma hora. Incansável, o público dava um jeito de pular e, ao mesmo tempo, cantar de ponta a ponta todas as músicas do grupo.
Consagração é pouco. Em sua segunda participação no Monsters, os Raimundos mostraram que alcançaram a maturidade no seu estilo hardcore-nordestino-porno-brega.
Sobre uma fórmula básica -introdução lenta seguida de porrada-, criaram um som único, em que baião, forró e baladas bregas caem como uma luva sobre saraivadas de guitarras e batidas aceleradas de bateria.
Seus maiores problemas continuam sendo a repetição -são pouco ousados musicalmente- e a insistência nas letras adolescentes.
Interpretações enérgicas fizeram "I Saw You Say" (com participação de Gabriel, do Little Quail) e "O Pão da Minha Prima" soarem como heavy metal puro.
Além de tirar todo o proveito das boas condições da apresentação -já com som total e iluminação-, o grupo ainda partiu para os efeitos pirotécnicos, com tochas de fogo no palco.
No final, distribuíram baquetas e camisetas -ao som de "Ilariê", da Xuxa.
(MAd)

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