São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996
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Diane Keaton volta às telas em comédia ;

PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

Diane Keaton volta às telas em comédia
Diane Keaton volta às telas fazendo comédia. A atriz, que se consagrou por sua parceria com Woody Allen, forma um trio com outras duas importantes atrizes de sua geração em "Clube das Desquitadas" (First Wives Club), que estréia nos EUA (leia abaixo).
Vestida no estilo que a consagrou em "Annie Hall" ("Noivo Neurótico, Noiva Nervosa") -gravata, paletó e camisa- Keaton afirma que sua imagem de nova-iorquina é bobagem.
Ela mora na Califórnia com sua filha adotiva, de oito meses, numa casa de dois andares com jardim e cachorro.
Keaton também continua com projetos para trabalhar como diretora em cinema e televisão -dirigiu episódios de "Twins Peaks"- e diz que agora quer interpretar uma assassina. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
*
Folha - Como foi trabalhar com Goldie Hawn e Bette Midler?
Keaton - Foi ótimo trabalhar com elas. Cada uma tem uma qualidade que eu gostaria de possuir. No caso de Goldie, tudo tem a ver com a postura física. O tempo todo ela está como que se mostrando para o mundo, sempre pronta. E em Betty é a boca. Acho que ela realmente poderia escrever. Porque as palavras saem naturalmente. Suas observações jorram, ela é absolutamente brilhante.
Folha - Então os personagens são fiéis às atrizes que as interpretaram?
Keaton - (risos)É o que você acha...
Folha - E a sua personagem?
Keaton - Eu sou certa para esse papel, mais do que para qualquer um dos outros dois. Eu apenas espero não ser tão profundamente cega. Eu nunca iria à terapeuta que está tendo um caso com meu marido. Para mim, essa é a maior estupidez possível.
Folha - O que você acha dos papéis oferecidos para você?
Keaton - Este ano tive dois papéis ótimos, nesse filme e em Marvin's Room, que é realmente diferente. É muito triste, meu personagem tem leucemia e está morrendo. Eles não me queriam inicialmente, apenas o diretor queria. Eu implorei, escrevi bilhetes, dei presentes, fiz de tudo. Não é fácil arrumar trabalho. Eu perdi meu orgulho, não pensava assim antes.
Folha - O que você gostaria de fazer no cinema?
Keaton - Adoraria fazer uma comédia onde me colocaria em ultrajantes situações físicas, caindo no chão, uma bagunça total, essas coisas. De um lado mais sério, queria interpretar uma assassina (risos). Me diverti muito fazendo essa comédia agora. A cena onde despencamos do prédio num andaime de limpador de janela foi muito divertida, mas, na verdade, eu também fiquei com muito medo. Odeio altura.
Folha - O filme é todo rodado em NY. Você tem saudades da cidade?
Keaton - De jeito nenhum. Odeio o tempo, o inverno é muito rigoroso, estou fora. Aqui não posso dirigir e eu amo meu carro, faço tudo nele. Eu adoro a Califórnia. Minha mãe e minha irmã estão lá, tenho uma casa no Arizona e adoro dirigir até lá. Odeio aviões. Vivo num sobrado, não preciso me preocupar em subir 21 andares. Eu nasci lá. Prefiro aguentar os terremotos.
Folha - Mas você é a imagem de nova-iorquina.
Keaton - Isso é tudo culpa do Woody Allen, não tem nada a ver comigo.
Folha - Você se veste desse jeito lá?
Keaton - Não, de jeito nenhum. Sou uma desleixada. Mas tenho que estar apresentável para as entrevistas (risos).

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