São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996
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Metaleiros não provocam confusão

ERIKA SALLUM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A terceira edição do Philips Monsters of Rock provou que o heavy metal não está tão decadente quanto parecia. Até as 17h, cerca de 30 mil amantes do estilo compareceram ao estádio do Pacaembu, segundo a Polícia Militar.
Apesar das roupas pretas e do ar mal encarado, o público não causou maior confusão, segundo a PM. Desde a abertura dos portões, às 10h30, à metade do show da banda alemã Helloween, 90 pessoas foram parar no posto policial devido a atitudes inconvenientes (desacato à autoridade, embriaguez etc).
Desses, seis estavam com maconha. Não houve apreensão de outros tipos de droga. "Nosso maior problema até agora são as pessoas embriagadas', disse o tenente Marco Aurelio Valerio, do 2º Batalhão de Polícia de Choque.
Quem exagerou na bebida acabou em um dos quatro postos médicos do festival. Só no central foram atendidas 64 pessoas, sendo que 18 eram casos de alcoolismo.
Polícia
Os portões do estádio abriram às 10h30, meia hora depois do previsto. O atraso provocou irritação em algumas das cerca de 10 mil pessoas que aguardavam na fila.
Assim que o portão principal foi aberto, um grupo de headbangers tentou irritar os PMs cantando o refrão de "Polícia", dos Titãs.
Os fãs fizeram de tudo para ver seus ídolos de perto. Rodrigo e Enivam Inacio Nogueira, de 14 e 16 anos respectivamente, chegaram ao Pacaembu na quinta-feira. Queriam ser os primeiros a entrar no estádio e durante dois dias dormiram na praça Charles Miller.
Não foi permitida a entrada de bebida alcoólica. No estádio, eram vendidas cervejas sem álcool, por R$ 1,50. Além de vendedores ambulantes, havia quatro lanchonetes para matar a fome e a sede.
Formado principalmente por jovens, o público deu a impressão de estar uniformizado, com camiseta preta (em geral, do Iron Maiden), calça jeans e cabelos compridos.
Apesar de muito parecidos, eles vieram de várias partes. A fila de ônibus ao lado do estádio comprovava. Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e interior de São Paulo eram as origens mais comuns.
Tomáz Klotzel, 17, viajou 23 horas, vindo de Pelotas (RS), para ver o Iron Maiden. "Além deles, há um monte de bandas que eu adoro, e isso faz valer a pena vir até aqui."
O grupo Heroes del Silencio entrou no horário previsto, às 13h. De um modo geral, as bandas não se atrasaram.
Até as 17h ainda havia ingressos para a pista (R$ 40) sendo vendidos na bilheteria do estádio. Os cambistas ofereciam entradas para qualquer setor em média por R$ 10 acima do preço oficial.

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