São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996
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Helloween levanta público

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Com apenas cinco minutos de atraso, às 13h05 de sábado, o grupo espanhol Heroes del Silencio deu a partida para o terceiro Monsters of Rock.
Durante meia hora, o público respondeu com apatia ao fraco desempenho da banda.
Não deu nem para esquentar. O Heroes, uma espécie de INXS com mais guitarras, atacou com um som que ia do "pop pesadinho" ao rock anos 70, em estilo épico. Não convenceu.
A pose de seu vocalista -o "Jim Morrison cover", Enrique Bumbury- só piorou as coisas, irritando a platéia e fãs do Iron Maiden.
Carisma
Logo nos primeiros acordes de guitarra, às 14h05, o Mercyful Fate mostrou a que veio. A platéia pegou fogo. O Monsters havia finalmente começado.
King Diamond, em sua primeira apresentação no festival, justificou o culto sobre seu nome, levantando a platéia várias vezes com uma performance carismática, repleta de lances teatrais e vocais que iam do cavernoso a falsetes mais agudos.
A banda também não decepcionou, com suas guitarras virtuosísticas e mudanças constantes de ritmo. O som era datado, claro. Mas ninguém no Pacaembu se importou.
O que parecia um equívoco se confirmou: dois shows com King Diamond em bandas diferentes é demais. A reentrada do vocalista provocou uma sensação de déjà vu na platéia.
É curioso como uma platéia de metaleiros "radicais" se rende facilmente a uma versão mais pop de sua banda favorita.
O Helloween, uma mistura de Iron Maiden com Bon Jovi, agradou em cheio o Pacaembu.
Malabarismos na guitarra e vocais cheios de vibratos fizeram os head-bangers pularerem sem parar, especialmente em hits como "Power" e "Future World".
O vocalista Andy Deris fez um show à parte regendo a platéia e comandando o final apoteótico. Deixou para os Raimundos a difícil tarefa de segurar a bola.

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