São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Coordenador de Aids sofre acidente
AURELIANO BIANCARELLI; JAIRO BOUER
Lair estava vindo de táxi do hotel Atlante (no bairro de Boa Viagem) para o centro de convenções em Olinda, onde faria a conferência sobre o Programa Nacional de Aids. O táxi em que se encontrava foi prensado entre um ônibus e outro carro. Lair chegou inconsciente ao hospital Santa Joana, considerado um dos melhores de Recife. Segundo médicos do hospital, ela foi entubada (para ter assistência respiratória) e submetida a tomografia. O resultado da tomografia não mostrou sinais de afundamento do crânio ou qualquer outro tipo de lesão. Mas as imagens sugerem um edema cerebral intenso, característico de uma lesão disseminada das células nervosas. Segundo a equipe do neurocirurgião Hildo Azevedo, Lair corre risco de vida. A cirurgia não resolve porque o problema não é localizado. Lair está no Programa Nacional de Aids desde a sua criação, em 1985. Resistiu a mais de dez ministros da Saúde. Ficou fora pouco mais de um ano, quando Alceni Guerra foi ministro. Voltou ao posto ainda durante o governo Fernando Collor, com a posse do ministro Adib Jatene. Entre os infectologistas presentes ontem no simpósio do Recife, Lair goza de unanimidade: é centralizadora, às vezes autoritária, mas eficiente a ponto de arrancar elogios dos técnicos do Banco Mundial. Lair Guerra conseguiu do banco um empréstimo de US$ 250 milhões por três anos, mais do que tinha o programa global de luta contra a Aids da Organização Mundial da Saúde. "É das poucas que conhece os meandros do poder e cultiva tantas relações internacionais", disse Adauto Castelo, da Universidade Federal de São Paulo. Lair falou com os jornalistas pouco antes de sair para o almoço. Disse que ainda não havia uma data para começar a distribuição dos novos medicamentos contra a Aids. A reportagem da Folha conversou com Lair por volta das 14 horas no restaurante do Hotel Atlante. Segundo ela, os três laboratórios que produzem os inibidores de protease já tinham sido oficialmente contactados. Se houvesse um acordo, a compra poderia ser imediata e a distribuição começaria em um mês. Na entrevista, Lair confirmou que R$ 145 milhões estavam reservados para a compra do "coquetel" ao longo de um ano. Os Estados e municípios entrarão com 30% dos gastos. (AB e JAIRO BOUER) Texto Anterior: Acidentes são comuns Próximo Texto: Filho de ministro leva soco e sofre cirurgia Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |