São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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BID admite recuos na abertura comercial

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

O comércio "intra-regional" está abrindo novas oportunidades de exportação que não surgem nas relações com o resto do mundo.
Mas em 95 houve uma ruptura no padrão de liberalização comercial unilateral que vinha ocorrendo na América Latina.
Esta é uma das conclusões do relatório divulgado no início deste ano pelo departamento de Integração, Comércio e Programas Regionais do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Ontem, ela ficou atual com as críticas de industriais argentinos ao recente pacote fiscal.
As mudanças vieram com a crise mexicana. Hoje a avaliação coincide com opiniões importantes, como a do ministro das Relações Exteriores, Luis Felipe Lampreia.
Para o ministro, o período de abertura unilateral já passou e agora é preciso proceder com mais cautela. O fenômeno, mostrava o relatório do BID, é regional mas não se limita ao esforço de evitar o contágio do "efeito tequila".
Ocorreram recuos na Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica e no México, seja como defesa contra os efeitos da crise de dezembro de 1994, seja por necessidade de tributar o comércio exterior em função de problemas fiscais.
Ontem, o diretor da União Industrial Argentina (UIA), Patricio Zavalia Lagos, afirmou que o ministro da Economia, Roque Fernandez, eliminou o que ainda restavam da política industrial promovida pelo ex-ministro Cavallo.
A tributação sobre importação de máquinas passou de zero para 14% e estão sendo reduzidos ou cortados os "reintegros" nas exportações (compensações fiscais).
O presidente da UIA, Jorge Blanco Villegas, declarou também que o pacote fiscal agrava a situação da indústria argentina.
O chefe da divisão de Integração do BID, o economista Robert Devlin, anunciou que a instituição prepara um projeto amplo de apoio ao Mercosul e que em setembro será divulgado novo relatório sobre a região.
O BID patrocina o Instituto para a Integração da América Latina e Caribe (Intal), criado em 1964 por meio de acordo com a Argentina.

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