São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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Bovespa registra maior queda do mês

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

A puxada para cima dos títulos norte-americanos de 30 anos e a expectativa pouco favorável sobre o resultado semestral da Eletrobrás derrubaram as Bolsas ontem.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registrou a maior queda do mês e o segundo menor volume financeiro do ano.
O índice Bovespa fechou com queda de 2,81% -a maior desde 15 de julho-, em 60.280 pontos.
O volume financeiro da Bolsa paulista ficou em R$ 223,18 milhões -menor desde 2 de janeiro.
Volume baixo, aliado a cenário externo pouco animador, delineou o rumo das Bolsas ontem.
Notícias sobre a possibilidade de o Fed (banco central dos EUA) anunciar elevação do juro primário na sua próxima reunião, em outubro, fizeram o juro de 30 anos subir para 6,995%.
Com isso, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York caiu 0,50%. Em Buenos Aires, o índice Merval acompanhou a baixa, com desvalorização de 0,57%.
No cenário interno, o mercado aguarda o resultado do primeiro semestre de Eletrobrás. Ninguém arrisca números, mas não é esperado bom desempenho.
Eletrobrás ON (-5,2%) e PN (-4,3%) ficaram entre as maiores baixas do Ibovespa. O desempenho de Telebrás PN (vedete do mercado) também foi negativo, em 3,3%.
Intervenções
O Banco Central (BC) atuou duas vezes no mercado de câmbio ontem. A primeira foi vendendo dólar no mercado flutuante a R$ 1,020 (o teto da minibanda) logo pela manhã. A segunda, comprando divisas no comercial a R$ 1,015 (o piso da minibanda) no final da tarde.
O mercado calcula que as duas operações do BC, para defender o piso e o teto da minibanda, envolveram cerca de US$ 150 milhões.
E a operação foi bem-sucedida. O dólar comercial fechou pouco acima do piso, e o flutuante, ligeiramente abaixo do teto.
Nesta última semana do mês, 90% do mercado acredita que a autoridade monetária vai realizar nova correção de 0,1% no câmbio (a sexta do mês) para acumular correção de 0,6% em agosto.
A despeito das duas atuações do BC, o dia foi tranquilo. Comportamento idêntico do mercado de dinheiro, que ficou equilibrado.

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