São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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Venda de eletroeletrônicos tem primeira queda no ano

Para empresários e economista, movimento menor era esperado

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez neste ano cai o consumo de eletroeletrônicos. Grandes redes de lojas registram neste mês queda de até 10% nas vendas sobre o mês passado.
Essa queda ainda não compromete os planos das indústrias, que chegam a programar para o final deste ano produção até 35% maior do que a do ano passado.
Após o Dia dos Pais, as vendas da Casas Bahia caíram 20%, informa Michael Klein, diretor. A rede espera fechar o mês com faturamento 6% menor do que o de julho.
As diretorias do Ponto Frio e da Lojas Bernasconi prevêem para agosto queda de 10% nas vendas na comparação com o mês passado.
Na Lojas Cem a expectativa é comercializar neste mês entre 7% e 8% menos do que em julho.
Para Klein, as vendas esfriaram por causa do endividamento do consumidor. "O cliente está com medo de encavalar uma compra em cima da outra."
Albert Arar, diretor comercial do Ponto Frio, diz que a Olimpíada favoreceu as vendas das linhas de áudio e vídeo em julho. Já era esperado um agosto mais fraco.
Natale Dalla Vecchia, diretor comercial da Lojas Cem, diz que agosto e fevereiro são tradicionalmente meses ruins para vendas de eletroeletrônicos. Por isso, a retração ainda não preocupa Vecchia.
Flávio Nolasco, sócio-diretor da M.A. Consultores Econômicos, diz que mais cedo ou mais tarde o desemprego iria afetar o consumo de eletroeletrônicos e alimentos.
"O setor eletroeletrônico, em especial, deve registrar a partir de agora taxas menores de crescimento. Mas isso não significa que a atividade econômica vai cair."
Para ele, setores de bens intermediários -químico, construção civil, fertilizantes etc.- vão puxar a economia daqui para a frente. "Existe pressão para investimentos por conta da concorrência."
Na sua análise, o setor de bens de consumo deve crescer neste ano um pouco menos do que o PIB -previsto para evoluir entre 2,5% e 3%. O setor de bens intermediários, diz, crescerá mais do que isso.
SPC e Telecheque
Números da Associação Comercial de São Paulo mostram o consumo estabilizado.
Mas, na comparação com o mesmo período de 95, as lojas não têm do que se queixar. As consultas ao SPC e ao Telecheque estão 45,9% e 14,9% maiores, respectivamente.

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