São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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Trilhas trazem surpresas

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Ed Motta vira corcunda, Andy Garcia vira cantor, filha de roqueiro vira atriz. O inusitado dá as cartas nas trilhas sonoras.
A trilha de "O Corcunda de Notre Dame" sai em duas versões: a original e a "dublada".
Quem viu o filme sabe que é um dos mais sinistros já perpetrados pela Disney. A trilha não fica atrás.
Alan Menken e Stephen Schwartz misturam Broadway, Igreja e folclore. A melhor faixa é a épica "The Bells of Notre Dame" -melhor do que as baladonas, corretas mas não inesquecíveis.
A trilha ficaria bem melhor sem as duas últimas faixas, em que Bette Midler e All-4-One transformam belos temas naquele r&b insípido que os americanos adoram.
Ed Motta e Rosana sabem ser mais sutis. Na versão brasileira, tratam as mesmas canções com arranjos menos carregados.
"Stealing Beauty" ("Beleza Roubada") é uma das melhores trilhas lançadas neste ano.
Tem o som divino de Portishead, em "Glory Box", e três clássicos que caem como uma luva: "Superstition", com Stevie Wonder; "I'll Be Seeing You", com Billie Holiday; e "My Baby Just Cares for Me", com Nina Simone.
O melhor: a atriz-sensação do momento, Liv Tyler (filha de Steve, do Aerosmith), não canta.
Andy Garcia devia ter seguido o exemplo. Em "Steal Big, Steal Little" ("Disputa em Família"), ele desafina, e muito.
Ataca ainda de compositor, em "El Imigrante", "Corazon de Palma" e "Mona". O resultado é uma latinidade de fundo de quintal, boa para animar festinhas.

Disco: "The Hunchback of Notre Dame"
Lançamento: Natasha

Disco: "Stealing Beauty"
Lançamento: EMI-Odeon

Disco: "Steal Big, Steal Little"
Lançamento: BMG
Preço: R$ 20 (cada CD, em média)

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