São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996 |
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Sindicato mapeia ocupações
ABNOR GONDIM
O levantamento foi feito pelos sindicatos de seis municípios. No início deste mês, eles reivindicaram ao ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) a criação de uma comissão para cadastrar e defender os sem-terra. "O cadastramento visa a evitar que os clientes da reforma agrária sejam usados por grileiros profissionais, comerciantes e até funcionários públicos que financiam e usam os sem-terra para consolidar as invasões", disse Cabral. Ele concorda que os sem-terra são usados como "massa de manobra" pelos grileiros, conforme afirmou anteontem à Folha o superintendente estadual do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), coronel da reserva do Exército Floriano Amorim. O superintendente se referiu à invasão da fazenda São Francisco, em Eldorado do Carajás, a 140 km de Rio Maria, onde ocorreu conflito com morte na semana passada. Vocação O sindicalista disse que desconhece o caso da fazenda São Francisco. Mas, na sua avaliação, se na fazenda houver pessoas que se aproveitam das invasões, elas devem ser afastadas pelo Incra. "Essas pessoas são acostumadas a 'grilar' e ocupar terra, criaram a indústria de invasões e fazem disso uma fonte de renda", disse Cabral. Para ele, os verdadeiros clientes da reforma agrária são os trabalhadores rurais que trabalham nas fazendas como empregados, meeiros e arrendatários. "Eles têm vocação rural e precisam da terra como fonte de sobrevivência." Em Rio Maria, o sindicalista informou que foram cadastradas 1.411 famílias de agricultores. Cabral prevê que, com o cadastramento, será possível evitar que agricultores já beneficiados sejam assentados em novos projetos. Ocupação espontânea O agente pastoral José Batista Afonso, da CPT (Comissão Pastoral da Terra), da Igreja Católica, disse que os ocupantes da fazenda São Francisco são sem-terra. "Trata-se de uma ocupação espontânea, sem vinculação com sindicatos ou com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)", disse Afonso. Texto Anterior: Condenado ex-PM por morte no PA Próximo Texto: Invasores fazem crítica ao MST Índice |
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