São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Serra diz ser um dos autores do Real

MARCOS GUTERMAN
DA REDAÇÃO

Na tentativa de relacionar-se ao Real para obter melhor desempenho na sucessão paulistana, o candidato tucano, José Serra, chegou a atribuir a si a co-autoria do plano, em seu programa eleitoral.
Serra, porém, não fez parte do grupo de economistas responsável pelo Real, lançado em 94.
Esse grupo era composto por Pérsio Arida, André Lara Resende, Francisco Lopes, Edmar Bacha e Gustavo Franco.
O tucano tentou exercer alguma influência sobre a condução do Real somente após assumir o Ministério do Planejamento, em 95.
Atribuem-se a Serra críticas sobre a política cambial decorrente do plano e posições contrárias às de Pedro Malan (Fazenda).
"Serra ajudou a fazer o Real", disse o locutor do horário do PSDB, acrescentando que, se o candidato "teve competência para fazer o Real", terá para trazer desenvolvimento a São Paulo.
Voto de FHC
Após incluir Serra entre os autores do Real, o programa tucano apresentou, pela primeira vez, o apoio explícito do principal condutor do plano, o presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Eu vou votar no Serra porque ele é o mais competente. Será um bom prefeito", afirmou FHC.
Até ontem, o presidente estava evitando emprestar sua imagem à campanha de Serra e declarar-se seu eleitor.
Há dez dias, diante do desempenho do candidato tucano que não consegue suplantar a quarta colocação na disputa municipal, o presidente havia afirmado que "o importante é competir".
Na semana passada , o ministro Sérgio Motta (Comunicações), encarregado por FHC de supervisionar a campanha de Serra, criticou a estratégia do PSDB paulistano de não "colar" a imagem do candidato à do presidente, à do governador de São Paulo, Mário Covas, e à do próprio ministro.
Cingapura
Um dia depois de os tucanos terem afirmado que o projeto Cingapura, de verticalização de favelas, é apenas "de fachada", Pitta usou seu horário para afirmar que "por trás daquela fachada, existe um trabalho muito cuidadoso".
Pitta disse que a prefeitura chega a orientar os ex-favelados, antes desprovidos de infra-estrutura, sobre o uso de melhoramentos, como água encanada. "Só não vê quem não quer",afirmou Maluf.

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