São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Acusação nega que tenha interesse no adiamento

DA SUCURSAL DO RIO

O assistente de acusação do caso Daniella Perez, Arthur Lavigne, disse que ele e os promotores José Muiños Piñeiro Filho e Maurício Assayag ficaram "profundamente descontentes" com o adiamento do julgamento.
Lavigne rebateu a acusação -feita anteontem pelos advogados de defesa Carlos Eduardo Machado e Paulo Ramalho- de que a promotoria tivesse provocado o adiamento por não ter provas consistentes contra os réus.
Para ele, os advogados de defesa queriam o adiamento e usaram como "pretexto" a entrega de documentos, na última quinta-feira, contendo uma "consulta médico-legal" encomendada pelo Ministério Público.
'Prova'
Lavigne disse que "a maior prova" de que a defesa queria o adiamento foi a atitude do advogado da Paula Thomaz, Carlos Eduardo Machado, que fez a petição pedindo formalmente a suspensão do julgamento.
"A principal tese da defesa da Paula é que ela não estava no local (do crime). Então, qual a importância para ele (Machado) se o Guilherme deu dois socos ou não na Daniella?", questionou.
Segundo Lavigne, "o intenso noticiário" dos últimos dias, principalmente entrevistas de Pádua e Paula, que teriam sido desfavoráveis aos réus, seria um dos motivos para Machado e Ramalho quererem o adiamento.
Entrega
Lavigne afirmou que os advogados de defesa não podem alegar que não ficaram cientes, na quinta-feira passada, da entrega da "consulta médico-legal" pela promotoria.
Lavigne disse que Machado e Ramalho estavam presentes quando os documentos foram entregues, por volta das 18h. "O Paulo Ramalho reclamou inclusive que eu tinha anexado uma pasta de recortes de jornais", afirmou.
Questionado se a promotoria não imaginava que haveria um pedido de adiamento ao entregar a "consulta médico-legal", Lavigne disse: "Não, porque o laudo não traz novidade nenhuma. É uma mera complementação".
Ramalho continuou a sustentar ontem que não teve conhecimento, na quinta-feira, da entrega da "consulta médico-legal". A secretária de Machado disse que ele estava em reunião e que não poderia atender à Folha.

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