São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Frente fria deve encerrar rodízio

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A chegada de uma frente fria à Grande São Paulo reduziu muito a possibilidade de prolongamento do rodízio, que deve terminar na sexta-feira.
Os organizadores da operação só estão dispostos a prorrogá-la se o nível de poluição se mantiver elevado até o final da semana e houver expectativa de condições desfavoráveis para dispersão.
A previsão, no entanto, é que haja chuvas até o fim-de-semana, o que vai dissipar e remover os poluentes do ar. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente deve anunciar amanhã a decisão sobre o possível prolongamento.
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) prevê chuvas e nebulosidade para hoje e para os próximos três dias.
"Há uma tendência clara nessa direção", explicou a meteorologista Cristina Lourenço, 30, do Inpe. "Pelo avanço da previsão, há hoje (ontem) 60% de chances de isso se confirmar."
"A frente vai limpar tudo", afirmou Cláudio Alonso, gerente de qualidade do ar da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). "A poluição vai cair muito amanhã (hoje)."
O secretário Fábio Feldmann, do Meio Ambiente, voltou a afirmar que a tendência é não estender a operação. "Isso só aconteceria se as condições atmosféricas estivessem muito desfavoráveis."
O governador Mário Covas disse anteontem à noite que "é muito possível" que o rodízio não seja prorrogado. A afirmação foi feita no programa "Entrevista Coletiva", da Rede Bandeirantes.
Poluição em alta
Ontem, a região metropolitana teve o segundo dia mais poluído do período do rodízio. Em São Miguel Paulista (zona leste da capital), a qualidade do ar foi má -índice que aponta prejuízo à saúde.
Outras 15 estações da Cetesb na Grande São Paulo apontaram qualidade inadequada, isto é, acima de limites aceitáveis e com efeito ligeiramente nocivo à população. Em 5, o ar teve qualidade regular.
No dia anterior, 6 estações de medição indicaram qualidade inadequada, e 15, regular.
O monóxido de carbono -considerado o principal alvo do rodízio por seus organizadores- e as partículas inaláveis -das quais 18% são produzidas por caminhões, que ficaram de fora da operação- foram os responsáveis pela elevada poluição.
Obediência
O índice de respeito à proibição de circular foi ontem de 96,1%, segundo a Operação Rodízio. Na primeira terça, foi de 93%. Nas seguintes, de 96,6% e 96%.
Ontem, a capital voltou a ter lentidão maior que a média do rodízio pela manhã e menor à tarde.

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