São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996 |
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Laudo culpa "gambiarra" por incêndio
FABIO SCHIVARTCHE
Uma das centenas de "gambiarras" (ligações clandestinas da rede elétrica) instaladas por moradores dos abrigos teria se aquecido pelo uso excessivo e, em contato com a madeira ressecada das paredes ou do piso, iniciado o fogo. A informação, obtida com exclusividade pela Folha, consta do laudo do IC (Instituto de Criminalística). O relatório com as prováveis causas do incêndio foi elaborado por peritos do IC e será apresentado oficialmente hoje. Os peritos descartam a hipótese de o incêndio ter sido causado por um curto circuito porque não foi encontrado nenhum indício de "pérola de fusão" -quando a capa que reveste a fiação derrete e os fios se fundem. A explosão de botijão de gás como causa também foi descartada. Eles acreditam, no entanto, que os botijões alimentaram as chamas. Liberação Depois de uma reforma de 18 dias, a prefeitura liberou ontem para ocupação o alojamento D na Cohab José Bonifácio. A parte elétrica foi reformada e os botijões de gás foram transferidos para a cozinha comunitária. Os quatro abrigos haviam sido interditados pelo Contru (Departamento de Controle e Uso de Imóveis) por apresentar risco de incêndio. Como os outros abrigos só devem ser liberados nas próximas semanas, cerca de 300 pessoas vão continuar em um ginásio e em um antigo posto médico. Os moradores do alojamento incendiado estão em contêineres. Cerca de 150 pais e estudantes da Escola Municipal Artur Neiva desocuparam na tarde de ontem a sede da 11ª Drem (Delegacia Municipal de Ensino), em Itaquera. Eles haviam invadido o órgão anteontem em protesto contra a ocupação do colégio pelos desabrigados, o que causou a paralisação das aulas por 12 dias. Texto Anterior: Metroviários fazem operação tartaruga Próximo Texto: Garoto não é filho de pescador, diz polícia Índice |
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