São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996 |
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Tarifa básica deve ser reajustada 200%
MÁRCIO DE MORAIS
Aplicado o índice proposto pelo presidente da Telebrás, o valor mínimo de uma conta de telefone passará dos atuais R$ 3,74 para mais de R$ 11,00, já incluídos os impostos. Com uma diferença: há uma franquia atual de 90 pulsos mensais, que será eliminada. Assim, a mesma tarifa básica acrescida dos 90 pulsos custará ao assinante aproximadamente R$ 16,00, ou 4,3 vezes mais que os R$ 3,74 de hoje. "Nós defendemos o fim dos subsídios cruzados e o preço da tarifa pelo custo real, para garantir a lucratividade ao serviço", disse Ferreira ontem, durante depoimento na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados. Celular Essa proposta, que integra o plano de reestruturação tarifária nas telecomunicações, significará um forte incentivo ao processo de privatização da banda "B" celular e do sistema Telebrás (telefonia convencional e banda "A" celular). Além da reestruturação, a área econômica terá de decidir sobre a reposição da inflação no período de um ano, que Ferreira estima entre 12% e 15%. A reestruturação, cuja primeira etapa foi aplicada em novembro de 1995, implicará ainda um reajuste nas ligações locais e, consequentemente, um aumento no valor das fichas e cartões telefônicos. As fichas custam hoje R$ 0,05 e têm duração média de dois minutos e 40 segundos. Nos EUA, por exemplo, esse valor alcança R$ 0,25, ou cinco vezes mais. Os aumentos previstos na segunda etapa do processo serão compensados com uma redução nos preços de chamadas internacionais e dos celulares. "Como o celular subsidia as outras tarifas, será possível reduzir os preços desse serviço", acrescentou Ferreira. Novo preço Ferreira explicou que a reestruturação vai aproximar os preços de telecomunicações no Brasil com os internacionais. Mas não deu uma resposta convincente para o fato de que, mesmo sem essa reestruturação, a Telebrás obteve R$ 1,6 bilhão de lucro líquido no primeiro semestre deste ano. Sobre a necessidade de se eliminar os descontos, Ferreira disse que "a entrada da Internet provocou um crescimento brutal do congestionamento no período noturno, pois os descontos estimulavam o uso do telefone". Texto Anterior: Bolsas de Valores interrompem quedas Próximo Texto: 'Demanda vai continuar' Índice |
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