São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Nova York é assim

THALES DE MENEZES

Começou o inferno. É desse jeito que os jornalistas especializadas falam quando se referem ao US Open. Cobrir um torneio desses dá um trabalho danado, mas o último Grand Slam da temporada passa dos limites.
Como a maior parte das reclamações do pessoal da imprensa é compartilhada com jogadores e espectadores, as peculiaridades do torneio são um assunto interessante.
Os problemas são tantos que fica difícil acreditar que tudo é organizado pelos habitualmente competentes (nessa área) norte-americanos.
Em primeiro lugar, o próprio lugar. O complexo de Flushing Meadows é uma atrocidade arquitetônica no bairro de Queens. Tudo é de cimento, descolorido e pouco arborizado.
Em volta, quarteirões e mais quarteirões de prédios pobres e ruas com pouca iluminação. Chega a assustar quem vem de carro de Manhattan.
E quem vem de carro? É impossível. Na hora do rush, uma hora e meia é pouco para cobrir a distância de Manhattan ao complexo. Metrô? Boa sorte. Não use jóias e leve pouco dinheiro na carteira.
Está com fome? Só tem junkie-food. Os restaurantes charmosos de Roland Garros e Wimbledon dão lugar a um mundo de barraquinhas.
Por falar em barracas, todos os nomes importantes da indústria do esporte nos EUA estão lá. Preços? Mais caros do que os de qualquer loja especializada de Manhattan.
Ingressos para as finais? Só por um preço cinco vezes maior, com os cambistas.
Mas a pior coisa ainda é o barulho infernal dos aviões pousando e decolando. Construíram o lugar ao lado do aeroporto de La Guardia. Imagine o quanto um Boeing 767 deve atrapalhar.
E é bom não esquecer o guarda-chuva. Nessa época a água cai na cidade quase todos os dias e não há nem uma cobertura sequer à vista.

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