São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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PAUSA NO DESEMPREGO

A pequena redução do desemprego na região metropolitana de São Paulo em julho não permite concluir que se inaugurou uma nova tendência, nem que daqui em diante a falta de vagas passará a ser um problema menos grave. Ainda assim, é evidentemente um sinal positivo.
Após cinco meses seguidos de demissões líquidas, a queda do desemprego medido pela Seade e pelo Dieese, que caiu de 16,2% em junho para 15,7% em julho, mostra ao menos que a situação não se agravou. É um indicador não desprezível vindo em sentido contrário à maré de más notícias sobre o mercado de trabalho.
Deve-se destacar, porém, que a queda de 0,5% na taxa de desemprego deve-se mais à desistência de procurar trabalho que à abertura de novas vagas. Para entrar na estatística como "desempregada", a pessoa deve declarar que está procurando emprego. E a amostragem de julho concluiu que o número de indivíduos nessa situação caiu em 43 mil. O total de postos de trabalho cresceu apenas 7.000 no mês passado.
A concentração das novas vagas em um único setor da economia recomenda cautela adicional na interpretação desses dados. O aumento de vagas em julho deveu-se somente ao desempenho do setor de serviços, que abriu mais 61 mil vagas. A indústria, o comércio e outros setores, todos reduziram a demanda de trabalho. Foram fechados, respectivamente, 27 mil, 6 mil e 21 mil postos nessas três esferas de atividade.
Feitas todas essas ressalvas, a ligeira diminuição do desemprego na capital paulista merece ser encarada antes como um sinal negativo a menos do que como indício de alteração significativa no cenário econômico.
Só a eventual publicação de outros dados positivos permitirá concluir se, de fato, o pior já passou.

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