São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 1996
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Pitta é escolhido por 47% até 24 anos

Socióloga vê opção por voto "moderninho"

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Celso Pitta (PPB) é o candidato à sucessão paulistana com maior penetração junto ao eleitorado com idade entre 16 e 24 anos.
Pesquisa Datafolha realizada anteontem em São Paulo, revela que 47% dos entrevistados nessa faixa etária pretendem votar no pepebista.
Esse índice supera os valores obtidos por Pitta entre o eleitorado que vai de 25 a 59 anos. O candidato só atinge os mesmos 47% de intenções de voto diante de eleitores com mais de 60 anos.
Luiza Erundina, do PT, aparece em segundo lugar na preferência dos jovens, com 20%. Francisco Rossi (PDT) obteve 12%, e José Serra (PSDB), 9%.
Segundo a socióloga Maria Victoria Benevides, o bom desempenho de Pitta entre a juventude pode ser explicado pela imagem de "novidade" encarnada pelo candidato.
"É moderninho votar no Pitta. Ele parece novo porque passa a idéia falsa de que é um técnico e não um político", declarou. De acordo com ela, esse tipo de discurso "cola" entre uma geração que desinteressada por política.
Um segundo aspecto atraente da candidatura de Pitta, na avaliação de Maria Victoria, é o fato de ele ser negro. "Ele é o retrato do negro bem sucedido, que não fez sucesso por ser bom de pé ou de música. Isso tem charme."
Renato Janine Ribeiro, professor de filosofia política da USP, disse que a tendência conservadora dos jovens representa o "enquadramento da geração".
"Eles são treinados para se inserir no sistema. São conformistas e querem se enquadrar."
Para o estudante Silvio Leardini, 22, o pepebista "desperta confiança". "Estamos cansados de políticos. E é a primeira vez que um negro é candidato."

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