São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 1996
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Nora de FHC é indiciada no caso Nacional

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Federal indiciou ontem, sob acusação de gestão temerária, Ana Lúcia de Magalhães Pinto, ex-vice-presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional e nora do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ana Lúcia depôs ontem no inquérito da PF que investiga suspeita de fraude na gestão do Nacional.
Ao final do depoimento, foi autorizada pelo superintendente da PF no Rio, Jairo Kullmann, a sair da sede da PF por uma porta especial, evitando os jornalistas.
Seu depoimento estava marcado para o dia 12 de setembro, mas foi antecipado para ontem a pedido de seu advogado.
Segundo a Folha apurou, Ana Lúcia de Magalhães Pinto negou qualquer participação nas supostas fraudes, alegando não ter atuação direta na gestão do banco.
Segundo apuração feita pelo Banco Central, o Banco Nacional teria feito, durante quase dez anos, uma contabilidade paralela. Havia 652 contas que estariam sendo infladas com empréstimos fictícios para aparentar que o banco ia bem.
Ana Lúcia foi vice-presidente do Conselho do Nacional desde 93 até a sua incorporação pelo Unibanco.
O seu depoimento foi, segundo a Folha apurou, parecido com os dos seus irmãos, Marcos, Eduardo e Fernando de Magalhães Pinto, todos já indiciados pela PF.
Nos seus depoimentos, os irmãos disseram que quem mandava no Nacional, para assuntos operacionais, era Arnoldo de Oliveira, contratado por eles em fevereiro de 1988 para ser o vice-presidente de Operações do banco.
Oliveira também já depôs na PF e foi indiciado sob acusação de gestão fraudulenta, a mesma acusação para o indiciamento de Marcos de Magalhães Pinto, que era presidente do Nacional.
Os irmãos Eduardo e Fernando foram acusados no indiciamento da PF de gestão temerária, da mesma forma que Ana Lúcia.
A Folha apurou que devem ser feitas acareações entre Arnoldo de Oliveira e membros da família Magalhães Pinto.

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