São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 1996
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Palestino faz greve, mas retoma diálogo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os palestinos e o novo governo de direita de Israel retomaram negociações ontem depois de uma greve geral de quatro horas na Cisjordânia e na faixa de Gaza contra a política israelense sobre os assentamentos judeus e Jerusalém.
Um dia depois de acusar Israel de ter "declarado uma guerra", o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, se encontrou com Yitzhak Molho, um advogado próximo ao premiê de Israel, Binyamin Netanyahu.
O encontro levou a uma reunião entre outros negociadores importantes dos dois lados.
Os negociadores se reuniram por uma hora em Jerusalém e disseram que o Comitê de Direção, que observa a implementação dos acordos de paz, se reuniria regularmente a partir da semana que vem. O comitê não se reúne desde a eleição de Netanyahu, em maio.
Lojas e comércios fecharam ontem por quatro horas na Cisjordânia, na faixa de Gaza e em Jerusalém oriental (anexada por Israel) em resposta ao apelo de Arafat.
A greve foi atendida por praticamente todos os 2 milhões de pessoas que moram nos territórios palestinos. Os estabelecimentos comerciais ficaram fechados das 8h às 12h (2h às 6h em Brasília).
Apenas em Hebron, cidade ainda controlada pelos israelenses, a maioria das lojas ficou aberta.
A Liga Árabe declarou ontem o seu apoio à greve e ao endurecimento de Iasser Arafat.
A greve de ontem foi a primeira desde a constituição da Autoridade Nacional Palestina, em maio de 1994, que passou a administrar parte dos territórios ocupados.
Arafat havia convocado a greve após a destruição de um centro comunitário árabe em Jerusalém oriental e após o anúncio de novos assentamentos na Cisjordânia.
Novamente ontem, Israel anunciou planos de aumento dos assentamentos. Segundo o jornal "Maariv", serão construídas 3.550 casas próximas a Jerusalém.
Arafat convocou também os palestinos a ir em massa rezar hoje em Jerusalém. Israel vai colocar mil policiais a mais para patrulha.

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