São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Consultores políticos Consultores políticos NELSON DE SÁ
A comparação foi feita ontem na rede americana ABC, por um jornalista, para risos irreprimíveis do âncora. Dá bem a idéia de como a história de Dick Morris, o consultor político ou publicitário de Bill Clinton, pode afetar a imagem, não do presidente, mas dos próprios consultores. Morris, James Carville, também consultor de Clinton, Duda Mendonça, Celso Loducca -eles alcançaram definitivamente o estrelato de mídia. No caso de Morris, ele vinha em crescente exposição, com perfis na revista do "New York Times", na "Time". Era certo que acabaria nos tablóides, cedo ou tarde. E acabou ao lado de uma prostituta, a quem teria revelado segredos de Estado. E o que faz um consultor? Como na piada, pega caras que não são populares e, em alguns casos, faz com que disparem nas pesquisas. Que ganhe maior projeção do que o presidente, "no dia mais importante da campanha", segundo a ABC, é sinal de que os novos tempos chegaram à política. (Tanto é que Clinton e Bob Dole parecem não ter outro tema. Opinam sobre o consultor, não o contrário.) Novos tempos também foi a avaliação na NBC, vendo no episódio um "turning point" na política americana. - É o que o presidente diz, é o que o presidente advoga que interessa -e não o que faz um consultor político ou alguém que edita comerciais. Não o que nós fazemos, não o que Dick Morris faz, na vida privada. Desta vez, não convenceu. Mas outra opinião dele acabou provada, em pesquisa da ABC, ontem. Carville disse que o episódio não teria efeito e evaporia até amanhã. Evaporou ontem. Na pesquisa, feita depois do escândalo, Bill Clinton está 20 pontos à frente de Bob Dole. Com ou sem consultor político. Texto Anterior: Serra chama Maluf de 'incompetente' Próximo Texto: Arrecadação municipal cresceu 191% Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |