São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996
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Caixa recebe R$ 786 milhões do Proer

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Proer (programa de incentivo às fusões bancárias) liberou R$ 786 milhões à CEF (Caixa Econômica Federal) para a compra da carteira imobiliária do Banorte.
Com o valor da operação anunciada ontem, os recursos já liberados para financiar a absorção do Banorte pelo Banco Bandeirantes chegam a R$ 1,256 bilhão.
O desembolso para a compra da carteira de financiamentos imobiliários do Banorte acabou ficando muito acima do previsto inicialmente pelo governo.
A estimativa era de um custo em torno de R$ 350 milhões. Com essa operação, os gastos do Proer já chegam a R$ 14,317 bilhões.
Carteira problemática
A carteira imobiliária do Banorte é a segunda assumida pela CEF.
Em maio deste ano, o banco federal recebeu R$ 1,686 bilhão para comprar a carteira do Banco Econômico, que teve intervenção decretada pelo Banco Central em agosto do ano passado.
Esse tipo de carteira é considerada problemática pelos analistas do mercado financeiro -daí o Excel e o Bandeirantes não terem se interessado por elas no momento das negociações para assumirem o Econômico e o Excel.
Em geral, os financiamentos habitacionais, monitorados por lei, têm prestações baixas e insuficientes para cobrir os juros dos empréstimos.
Além disso, os bancos que operam crédito imobiliário têm despesas com ações movidas por mutuários da casa própria.
A CEF, porém, argumenta que os recursos recebidos do Proer poderão servir para novos financiamentos habitacionais.
Segundo essa argumentação, a compra de carteiras é vantajosa porque, pelas regras do Proer, a CEF pagará os empréstimos recebidos com títulos sem valor de mercado.
Esses títulos são créditos contra o FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salariais), que cobre os subsídios concedidos aos mutuários da casa própria. Esses títulos são considerados "podres".
Socorro
O programa de incentivo às fusões bancárias foi criado pelo governo federal em novembro do ano passado, mesmo mês em que o Banco Central decretou intervenção no Banco Nacional.
As operações de fusão bancária mais caras até agora foram as do Banco Econômico com o Excel Banco, no valor de R$ 6,578 bilhões, e do Banco Nacional com o Unibanco, que atingiram R$ 5,898 bilhões.
As outras operações financiadas pelo programa foram: Mercantil-Rural (R$ 473 milhões) e Antônio de Queiroz-United (R$ 112 milhões).
Ainda existe a previsão de que o Proer libere mais cerca de R$ 100 milhões para a absorção do Martinelli pelo Pontual.

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