São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996
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Grande SP registra a 36ª chacina em 96

DA REPORTAGEM LOCAL

Três pessoas morreram na 36ª chacina do ano na Grande São Paulo. A polícia investiga a hipótese de esse crime estar ligado a outro que deixou um adolescente morto e três feridos a 600 metros do local da chacina.
Os crimes aconteceram no Jardim Bonito (zona sul de São Paulo). Tudo começou às 22h quando o adolescente R.F.S, 16, deu sinal para um ônibus da viação São Camilo que fazia a linha Vila Mariana-São Bernardo.
Depois dele, entraram três outros adolescentes, um deles com uma espingarda calibre 12. Eles renderam o motorista e o cobrador perto do 101º DP, que permanece fechado durante a noite.
Os assaltantes fugiram com R$ 72,80 em dinheiro e passes. Depois do roubo, os adolescentes foram para uma viela da rua Luigi Russolo. Acompanhados de um homem conhecido como "André Pequeno", passaram a fumar crack.
Às 22h30, o grupo foi surpreendido por três homens armados. Segundo o adolescente D.F.S., 17, eles chegaram atirando. Os rapazes saíram correndo e depararam com outros três homens que também atiraram nos rapazes.
Seu irmão R.F.S. foi morto no local. Após alvejá-lo, os assassinos acertaram-lhe a cabeça com um bloco de granito retirado da sarjeta da viela. Além deles, Marcos, 17, e Márcio, 16, também foram baleados e conseguiram escapar.
Os dois foram levados por um morador do bairro ao pronto-socorro Osec. No hospital, D.F.S. confessou o roubo ao ônibus.
Matança
Por volta da 1h de ontem, na rua Gregório de Queiroz, a cerca de 600 metros do local do primeiro crime, o ajudante de pedreiro Fernando Feliciano Dias, 19, estava conversando com Gleide Aparecida Alves, 35, mulher de seu amigo Marcelo Ferreira dos Santos, 25.
Eles estavam em frente à casa de uma irmã de Marcelo. Segundo o delegado Carlos Alberto Sato, da Divisão de Homicídios, pelo menos um homem chegou ao local e passou a atirar nos dois.
Marcelo estava saindo da casa e também foi baleado. Os três foram levados para o mesmo hospital em que estavam os adolescentes, mas não sobreviveram.
D.F.S. disse à polícia que supõe que os três tenham sido mortos em uma queima de arquivo por terem visto quem eram as pessoas que atiraram em seu grupo.
"Não há provas disso, mas não descartamos a hipótese de ligação entre eles", disse o delegado.
Ele irá confrontar as balas usadas nos dois casos para saber se elas saíram das mesmas armas. Também examinará as mãos dos chacinados para ver se algum havia disparado recentemente uma arma.

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