São Paulo, sábado, 31 de agosto de 1996
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Faltam oradores à eleição de 96

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A eleição de 1996 não será lembrada na história política dos EUA como um embate de grandes oradores. Bill Clinton e Bob Dole estão muito longe, em poder retórico, de seus grandes ídolos John Kennedy e Richard Nixon.
Os discursos de ambos nas convenções de seus partidos este mês mostraram suas fragilidades. Os dois foram até muito bons em comparação ao padrão médio de seu desempenho oratório.
Clinton foi, como de hábito, prolixo demais e específico de menos. Esbanjou energia e entusiasmo.
Dole leu um texto muito superior ao de Clinton em termos de qualidade literária, passou imagem de sinceridade e conseguiu, em alguns momentos, comover a platéia. Mas seu esforço para não fugir do ensaiado lhe tirou a naturalidade que Clinton teve.
O extrovertido Clinton adora falar a grandes auditórios. Estar em campanha para ele são indisfarçáveis momentos de prazer. O tímido Dole se sai melhor em conversas com pequenos grupos. Enfrentar multidões é um evidente atentado contra a sua natureza.
Os dois usaram a imagem da ponte para si próprios: Dole, a de volta aos anos dourados do país, Clinton a da ligação com o futuro que, ele promete, será superior a tudo que já se viveu.
Clinton teve mais audiência de TV do que Dole: cerca de 11 pontos percentuais. Cerca de 20 milhões de pessoas assistiram a um dos discursos. A convenção democrata conseguiu mais público que a republicana, talvez por seus ícones conhecidos: Cristopher Reeve, os Kennedy, Chelsea Clinton.
(CELS)

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