São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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As micros e o fisco

ÁLVARO ANTÔNIO ZINI JR.

"Eu acredito que todos nós devemos pagar nossos impostos com um sorriso. Eu tentei, mas eles queriam em dinheiro." De um amigo italiano
Em boa hora o Senado decidiu votar um novo "Estatuto para as Microempresas". Mas logo a Receita Federal advertiu que a nova lei iria implicar uma renúncia fiscal da ordem de R$ 4 bilhões -números não bem explicados.
A importância das pequenas e médias empresas é crescente no capitalismo moderno, onde a globalização é um fato da vida (não obstante a opinião de alguns economistas saudosos do passado que igualam o termo a "entreguismo").
No capitalismo globalizado, goste-se ou não, algumas das qualidades são agilidade, capacidade de adaptação e condições de mutação, criatividade, coragem para empreender e superar desafios e identidade própria para saber se diferenciar da multidão (ou, como dizia Maria Callas para os aspirantes a artista: "Você não tem uma personalidade? Então arrume uma!").
Neste contexto, as pequenas e médias empresas têm algumas vantagens. As grandes continuam detendo fatias consideráveis dos mercados por controlarem tecnologias avançadas ou o acesso ao mercado, ou devido a seu poder financeiro. Mas criam poucos empregos e não são as mais inovadoras. Já as pequenas e médias, em espaços muito competitivos, são forçadas a ser ágeis, adaptáveis e inovadoras. E criam empregos.
A discussão de novas regras legais ou o crédito facilitado para essas empresas tal como concebido pelo convênio BNDES/Sebrae apontam na direção para onde corre o progresso. Torpedear essas iniciativas com números confusos não interessa ao país.

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