São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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Cliente é favorecido, dizem instituições

DA REPORTAGEM LOCAL

Bancos e administradoras de cartões asseguram que a estratégia de enviar pelo correio serviços não-solicitados não prejudica os clientes.
Para Joaquim Francisco Castro Neto, vice-presidente do Unibanco, o importante é que o cliente não está obrigado a usar o produto ou serviço oferecidos e só vai pagar se usá-lo.
Para a Credicard, segundo informa a sua assessoria de imprensa, essa estratégia agressiva de mala direta envolveu boa parte dos 70 mil cartões Ayrton Senna. E com poucas reclamações de clientes.
No caso do Banco do Brasil, segundo Aldemir Bendine, coordenador de produtos do Ourocard, 1 milhão de cartões Ourocard Visa foram enviados para clientes com cheque especial, em substituição ao cartão magnético simples.
Os correntistas que não quisessem o cartão de crédito poderiam usá-lo somente para suas funções bancárias (saques, extratos). Quem aceitasse, poderia fazer compras que seriam debitadas em fatura específica. E somente nesses casos, diz, haveria cobrança de anuidade.
O diretor do Itaú, Edelver Carnovali, afirma que não há assédio aos clientes no envio de cartões de crédito pré-aprovados.
Os cartões Itaú MasterCard estão sendo enviados com segurança (correspondência registrada e bloqueados eletronicamente) e sem ônus durante seis meses. "Só há vantagens, com respeito ao desejo do consumidor. Se não quiser, basta rasgar e jogar fora."
É com vantagens que também acena Rodrigo de Britto, diretor-executivo de cartões de crédito do Citibank.
"O cartão não é produto sozinho. Ele é um produto de relacionamento. A estratégia do banco é permitir ao cliente que centralize todas as suas operações bancárias com o Citi."
O prêmio dado ao cliente fiel é a isenção de tarifas. "Em média, o cliente fica isento com o uso de seis produtos diferenciados", afirma.
No caso da aplicação automática dos depósitos à vista no FAQ Fácil (exceto R$ 25 ao dia, que ficam na conta corrente), segundo a assessoria do Bradesco, a medida foi adotada sem consulta prévia aos clientes devido ao grande número de correntistas, cinco milhões.
O banco não impôs o serviço, diz a assessoria, pois permitiu o cancelamento do mesmo, por telefone, caso o cliente não concordasse.
No caso do Real, é feito depósito automático em cadernetas do salário de funcionários de empresas que pagam pelo banco.
A sistemática é vantajosa para os correntistas, diz o diretor-geral, Renê Aduan. Os clientes são livres para aplicar o dinheiro em outras alternativas e, os que não se lembrarem, não perderão rendimentos. Dinheiro em conta não rende.

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