São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Claudinho acusa Ponte ;

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Claudinho acusa Ponte
O meia Claudinho, 20, afirma que assinou contratos de profissional em branco e sem saber o que estava fazendo. Essa prática, se ocorreu, chama-se "contrato de gaveta" e é ilegal.
O jogador diz que isso também aconteceu com outros atletas, cerca de dois anos atrás.
Claudinho deu essa entrevista à Folha antes de saber da decisão da liminar da juíza Célia Cassiano Diaz.
(MD)
Folha - Por que você entrou com essa ação contra a Ponte Preta?
Claudinho - Em abril, eu e meu pai procuramos o presidente Nivaldo Baldo para assinar o primeiro contrato como profissional. Mas Baldo disse que eu já assinara contratos de profissional desde 1994.
Folha - Você assinou ou não esses contratos?
Claudinho - Alguns meses depois de chegar ao clube, ainda em 1993, os diretores chamaram a mim e a cinco colegas. Naquela época, o presidente era Peri Chaib. Quando cheguei, deram-me contratos para assinar. Estava tudo em branco. Só em abril de 96 soube que aquilo era um contrato profissional.
Folha - Você não leu antes de assinar?
Claudinho - Não me deixaram. Disseram-me para assinar e não me explicaram nada.
Folha - E seu pai, ele assinou também?
Claudinho - Não, ele só autorizou para que eu fosse registrado como amador, logo que eu cheguei ao clube, em 93.
Folha - Documentos do clube dizem que você esteve sumido várias vezes neste ano. É verdade?
Claudinho - Não. Como poderia ser, se, entre começo de fevereiro e metade de abril, estive fazendo tratamento na clínica do Baldo?
Folha - O clube afirma que você abandonou o tratamento. O que diz?
Claudinho - Parei com o tratamento em certo ponto porque estava com hemorróidas e precisava tratá-las. Mas avisei o presidente.
Folha - Antes desse conflito, como foi sua carreira?
Claudinho -Cheguei à Ponte em 93, para jogar nos juvenis. Desde 95 passei a jogar nos profissionais. Nesse ano, joguei na seleção brasileira de juniores e, em 96, na Copa São Paulo de Juniores, pelo Paulista de Jundiaí. Estou parado desde janeiro.
Folha - Qual é seu maior desejo agora?
Claudinho - É jogar. É disso que eu gosto. Se não voltar logo, não sei se vou conseguir recuperar meu futebol. Preciso jogar também para ajudar meus pais, que vivem com dificuldade.

Texto Anterior: Liminar cria 'caso Bosman' brasileiro
Próximo Texto: Clube quer o jogador de volta
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.