São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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Dados se contradizem

DA "NEW SCIENTIST"

Testes que poderiam dirimir as dúvidas sobre a origem ou o tipo do material orgânico do meteorito foram realizados por pesquisadores independentes, isto é, que não assinaram a pesquisa sobre o meteorito marciano que David McKay e equipe publicaram na revista "Science", em 6 de agosto.
Um deles é a identificação do tipo de átomos de carbono (isótopo) presente no meteorito. Restos de organismos tendem a apresentar carbono-12. Reações não-biológicas são muito menos "especializadas". Em rochas e meteoritos, elas tendem a deixar misturas de isótopos de carbono que não diferem daquelas encontradas no dióxido de carbono da atmosfera do planeta.
A pesquisadora Monica Grady e colegas, do Museu de História Natural de Londres, analisou o carbono presente no meteorito. Seus resultados indicam que material orgânico presente na pedra marciana foi depositado por criaturas vivas.
Contradições Mas outros pesquisadores descobriram evidências contraditórias. Pesquisadores liderados por Jim Papike, especialista em meteoritos da Universidade do Novo México, examinou as amostras dos cristais de ferro presentes nas fissuras da rocha marciana.
Segundo McKay, da Nasa, e equipe, esses cristais seriam parecidos com os produzidos na Terra por bactérias.
Papike diz que esses restos de ferro podem ou não ser produzidos por organismos, dependendo dos tipos de átomo (isótopos) presentes. Os resultados do pesquisador mostram que os isótopos presentes indicam que aqueles cristais foram produzidos por meio de processos não-biológicos.

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