São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996 |
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Livro contra EUA é o que mais vende Coletânea critica Ocidente JAIME SPITZCOVSKY
A obra fala em uma "guerra fria" deslanchada pelos EUA para impedir o aumento da influência política e econômica da China. Os textos criticam "a face cega dos valores estrangeiros (ocidentais)" e trazem títulos como "Eu não vou viajar num Boeing-777", referindo-se ao avião americano. Cinco jornalistas e intelectuais "na casa dos 30 anos" escreveram os textos, disse a editora. Apenas três deles assinaram seus artigos: Cong Qiang (pronuncia-se "tsong tchiang"), Zhang Zangzang e Qiao Bian (pronuncia-se "tchiao bian"). Lançada em maio, a obra terá sua terceira edição, prevista para chegar às livrarias na próxima semana. As primeiras fornadas produziram 30 mil e 50 mil exemplares. Imparcialidade A pesquisa de vendas nas livrarias cabe à Associação de Comércio e Distribuição de Publicações da China, entidade controlada pelo governo. Não há organizações independentes que possam checar os resultados do "levantamento oficial", feito mensalmente em 30 livrarias espalhadas pelo país. O governo também controla a Editora Comercial e Industrial da China, responsável pela publicação do livro. O Partido Comunista, embora relaxe os controles da economia por causa das reformas, mantém engessado o mundo da cultura e da comunicação. A capa de "A China Pode Dizer Não" estampa a figura de um militar americano com a cabeça da Estátua da Liberdade. Ao fundo, a Muralha da China, construída para proteger o país de invasões. Mas um subtítulo na capa se encarrega de amenizar o tom militarista: "A China diz não, não em busca do confronto, mas por um diálogo de iguais". Japão Os escritores voltam suas baterias também para o Japão, antigo rival regional e principal aliado dos EUA na Ásia. Sentencia o título de um texto: "O Japão sempre dá as costas para a China". A idéia de um complô americano persegue as páginas do livro, que custa 19,80 yuans (US$ 2,40). Aparecem títulos como "Controlar a China já se transformou em uma estratégia de longo prazo dos Estados Unidos" e "Estados Unidos estão ocupados na tentativa de organizar um clube anti-China". Outras obras na lista das mais vendidas seguem o nacionalismo. O ranking põe em segundo lugar "Histórias sobre a Volta de Hong Kong", sobre a colônia britânica que fará parte da China em 1997. Em terceiro lugar aparece a coletânea "Situação e Previsões sobre a Economia Chinesa", seguida por "A Luta e os Pensamentos de Setenta Anos", escrita pelo veterano revolucionário Bo Yibo. Texto Anterior: Renúncia pode afetar Clinton, diz pesquisa Próximo Texto: TRECHOS Índice |
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