São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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Ataques da guerrilha matam 50

Mortos podem chegar a 66

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma ofensiva lançada por guerrilheiros esquerdistas da Colômbia entre ontem e anteontem em diversos pontos do país deixou um saldo de pelo menos 50 mortes.
Segundo a agência de notícias "France Presse", os mortos podem chegar a 66.
O Ministério da Defesa ordenou que as Forças Armadas ficassem em alerta. Os ataques fora atribuídos às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ao ELN (Exército de Libertação Nacional).
Em um comportamento considerado incomum por parte dos guerrilheiros, houve ações na região de Bogotá, a capital do país.
Dois postos policiais a sudoeste da cidade, que tem 6 milhões de habitantes, foram atacados, deixando cinco policiais e um civil mortos.
A guerrilha também agiu em pelo menos outros 12 Departamentos (Estados).
O maior das ações ocorreu na tarde de ontem, na base militar de Las Delicias, situada numa zona rural do departamento de Putumayo no sudoeste do país.
Pelo menos 20 militares morreram e 14 ficaram feridos. Haveria ainda 50 reféns em poder dos guerrilheiros.
A base concentrava um contingente de soldados que seria enviado para controlar as marchas de plantadores de coca no Departamento vizinho de Caquetá.
O governo federal diz que os ataques são retaliação à repressão aos protestos que os camponeses vêm fazendo há cerca de dois meses no sul do país.
Os conflitos entre forças de segurança e agricultores -que se recusam a abandonar voluntariamente o cultivo da coca, como quer o governo- já deixou mais de 15 mortos e 120 feridos.
O governo acusa as Farc, maior e mais antigo grupo guerrilheiro da Colômbia, de organizar os protesto dos camponeses em cooperação com narcotraficantes.
Samper
A onda de ataques acontece às vésperas da "semana nacional pela paz", iniciativa do presidente Ernesto Samper para retomar negociações de paz.
Em visita à península de Urabá, no noroeste do país, ele disse que seu governo será "enérgico e decidido" na manutenção da ordem no país.

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