São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996 |
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Programas infantis 'derrubam' SBT
DANIEL CASTRO
Quem desponta como novo vice-líder nessa faixa de horário, de segunda à sexta-feira, é a TV Cultura, emissora educativa. Nas três primeiras semanas de agosto, os programas infantis "Cocoricó", "Castelo Rá-Tim-Bum" e "X-Tudo", exibidos pela Cultura, tiveram audiência igual ou superior à das novelas e do jornalístico "TJ Brasil", do SBT. A maior vantagem da Cultura é na faixa das 19h. Nesse horário, entre os dias 19 e 23 de agosto, "Castelo Rá-Tim-Bum" obteve média de nove pontos de audiência no Ibope, o que equivale a 720 mil telespectadores na Grande São Paulo. No mesmo horário, o "TJ Brasil" conseguiu sete pontos (560 mil telespectadores). Em alguns dias, o SBT chega a ser humilhado pela Cultura. No último dia 14, por exemplo, "TJ Brasil" teve oito pontos de audiência, às 19h15, contra 13 de uma reprise de "Castelo". Segundo Beth Carmona, 41, diretora de programação da Cultura, a emissora vem disputando o segundo lugar com o SBT desde maio. Em agosto, pela primeira vez na história, a emissora se consolidou na vice-liderança em uma faixa do horário nobre. "Essa audiência não surgiu da noite para o dia. Começou há cinco anos, com uma programação que respeita a inteligência da criança", diz Beth. Para Flavio Ferrari, 37, diretor comercial da divisão de mídia do Ibope, "não é o SBT que está perdendo audiência, mas a Cultura que está conquistando". Segundo ele, não está havendo migração de telespectadores do SBT para a Cultura, porque as duas emissoras têm programações dirigidas a públicos diferentes nessa faixa de horário. "É a programação de alta qualidade da Cultura que está atraindo as crianças, e mais televisores estão sendo ligados", disse. A direção do SBT não comenta a perda da vice-liderança para os infantis da Cultura. Na emissora, avalia-se que o crescimento da Cultura se deve ao fato de o SBT mudar com frequência os horários de seus programas, principalmente entre 18h e 20h, causando oscilação na audiência. A Cultura, por sua vez, fixou sua programação infantil em horário nobre e investiu em novas produções para esse público. Além disso, a emissora educativa, fora da "guerra pela audiência" por não ser comercial, nunca foi encarada como concorrente pelas outras TVs. Mas, agora, (as TVs comerciais) estão acordando para o fato", analisa Ferrari, do Ibope. Texto Anterior: CARTAS Próximo Texto: Bandeirantes quer conquistar crianças Índice |
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