São Paulo, segunda-feira, 2 de setembro de 1996
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Filme revê papel de Collins

AMIR LABAKI
DO ENVIADO ESPECIAL A VENEZA

Neil Jordan provou-se um brilhante advogado de seu novo filme "Michael Collins", sobre a vida do terrorista irlandês, na entrevista coletiva que concedeu na tarde de sábado, ao lado de parte do elenco (Neeson, Quaid, Rea).
"Meu filme é tão acurado historicamente quanto é possível um filme ser", disse. Saiu-se bem ao ser checado sobre as circunstâncias da morte de Collins, cuja versão no filme foi criticada por um historiador num jornal britânico.
"Collins foi morto a caminho de um encontro com Valera." Jordan não teme ser confundido com um apologista do terrorismo do IRA.
"Collins não envolveu civis em sua campanha armada. Seus alvos eram policiais e militares ingleses. Ao contrário, por exemplo, do grupo paramilitar inglês da época 'Black and Tans', que atacava a população. A guerra de Collins era seletiva. O filme mostra um personagem que se engajou em armas e depois abandonou-as".
Definindo a polarização do filme entre Collins e Valera como "o debate entre o revolucionário e o político", Jordan disse enxergar a história através dos olhos do primeiro. "Um pouco de violência era inevitável."
"Quanto mudou da relação entre a Grã-Bretanha e a Irlanda é um das questões que espero levantar", disse. "O tratado negociado por Collins é basicamente o status da Irlanda hoje".

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