São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996 |
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Feijão da Embrapa produz 3.000 kg/ha
FELIPE MIURA
A pérola estará sendo recomendada para plantio no Distrito Federal e Estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e Mato Grosso. O lançamento oficial acontece no próximo dia 14 de outubro, durante a 5ª Reunião Nacional do Feijão, em Goiânia (GO). "A nova variedade atinge facilmente 3.000 kg/ha sob irrigação", diz José Geraldo Di Stefano, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), da Embrapa, em Goiânia. A média nacional das lavouras de feijão está em torno de 600 kg/ha. "A pérola produz entre 15% e 20% mais que a carioquinha, a variedade de feijão tipo carioca mais cultivada", diz Maria José Del Peloso, pesquisadora da área de melhoramento genético do CNPAF. Di Stefano acrescenta que o rendimento de 3.000 kg/ha foi atingido pelos produtores da nova semente em áreas já velhas. Essa produção ocorreu em terras menos férteis e com o emprego do mesmo trato cultural utilizado no manejo da variedade carioquinha. A meta agora é elaborar um pacote tecnológico para elevar a produtividade à marca de 5.000 kg/ha, aproveitando todo o potencial genético da pérola. A nova variedade é originária do melhoramento genético da aporé. Os pesquisadores conseguiram selecionar uma variedade, que além de manter as características de rusticidade e alta produtividade da aporé apresenta, como a carioca, um grão mais claro. Foram dois anos de pesquisa da Embrapa em conjunto com várias empresas de extensão rural estaduais, cooperativas e escolas de agronomia. "O melhor desempenho comercial dos feijões mais brancos foi determinante na pesquisa", afirma a pesquisadora Del Peloso. Os feijões mais claros conseguem preço até 10% superior no mercado atacadista de São Paulo. Nessa praça, durante a semana passada, o produto considerado "campeão" foi negociado a R$ 50/saca, contra R$ 45/saca do tipo "comercial fraco", devido à cor mais escura da casca. Não só a cor foi melhorada. A pérola também é uma variedade rústica de ciclo normal (90 dias). Ela tem porte alto, apresenta boa tolerância aos períodos de seca e resistência a doenças. O porte alto impede que as vagens do feijoeiro toquem no chão, evitando, assim, a ocorrência da doença mofo-branco. Segundo a pesquisadora Del Peloso, o cultivar é resistente à ferrugem, ao mosaico-comum e a uma raça de antracnose. Em relação à murcha do fusário e à mancha angular, a nova variedade tem resistência intermediária, isto é, pode ser afetada por essas doenças, sem sofrer perdas altas de produtividade. Essas características reduzem os custos de produção, devido ao menor uso de agrotóxicos. Onde saber mais -Embrapa (CNPAF), tel. (062) 212-1999. Texto Anterior: Universidade vai estudar bicho furão Próximo Texto: Mercado de mangalarga começa a reagir Índice |
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