São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Movimento cobra ação de governador

DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento Reage São Paulo apresentou ontem o seu primeiro manifesto e deu um ultimato ao governo do Estado, pedindo soluções para o problema da segurança.
"Parece que não estão nos levando a sério. Vamos dar um prazo até o dia 15 de setembro para o governo se pronunciar e apresentar soluções, senão vamos partir para ações mais diretas", afirmou Themis Storino, 45, uma das organizadoras do movimento e tia do estudante Rodrigo Iandoli, 21, assassinado no dia 11 de agosto durante tentativa de assalto no Jabaquara (zona sul). Ela não soube dizer que tipo de ação seria tomada.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança, o secretário José Afonso da Silva não foi procurado até agora por nenhum integrante do movimento para discutir a violência.
O manifesto divulgado (leia íntegra ao lado) ontem deve ser entregue até o final da semana para o governador Mário Covas, junto com um abaixo-assinado com 12 mil assinaturas.
O Reage São Paulo reuniu 5.000 assinaturas em duas semanas. As outras 7.000 assinaturas vinham sendo recolhidas nos últimos dois anos por Norma Teschi Elias, 57.
Ela teve o filho Paulo Sérgio, 31, morto por uma bala perdida de uma briga entre torcedores do Corinthians e do Palmeiras na avenida Henrique Schaumann, em dezembro de 1994.
Reivindicações
Segundo Themis Storino, o Reage SP pretende agora formalizar uma pauta de reivindicações, entre elas o aumento no efetivo da Polícia Militar e a mudança no código penal para a redução da idade para responsabilidade criminal, que não consta do manifesto divulgado ontem.
Os organizadores do Reage SP mostraram ontem também o símbolo do movimento, duas mãos unidas, que será divulgado em cartazes com os dizeres "Reage São Paulo - Chega de Violência".
"Queremos que cada vez mais as mãos estejam juntas", disse Albertina Dias Café e Alves, tia de Adriana Ciola, 23, morta durante assalto ao bar Bodega, em Moema (zona sul), no dia 10 de agosto.
Albertina criticou o aparecimento de movimentos paralelos. "O movimento unido é mais forte. Só se vêem resultados quando as pessoas se unem."
Novos atos
Os organizadores do Reage SP anunciaram ontem também uma série de atos, entre eles a distribuição de fitas brancas nos principais cruzamentos da cidade no dia 8.
No dia 15, o movimento pretende fazer uma manifestação em frente à Assembléia Legislativa.
Também está sendo organizado um show no vale do Anhangabaú (centro) para o dia 13 (leia texto abaixo).

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