São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Leia a íntegra da carta

Leia a seguir a íntegra do documento elaborado pelo movimento Reage São Paulo:
Carta à população
Perdemos nossa tranquilidade. Perdemos nosso sono. Perdemos a paz. Perdemos, também, nosso direito de ir e vir pela cidade. Perdemos nossos amigos, filhos, pais e irmãos. Perdemos a paciência, mas não perdemos a esperança, muito menos nossa capacidade de reagir... Reagir a esse golpe contra nossas vidas. Não a reação irada, nervosa, violenta, mas a reação do cidadão que exige os seus direitos. Uma reação pacífica e ordeira, mas veemente, sob um título que assina união e vontade de lutar contra todo o tipo de violência.
Precisamos da participação de todos, de uma forma pacífica, porém pujante e contínua. Impulsionada pelas máculas de uma cidade arrombada, a população, desprendida de qualquer vínculo político, religioso ou racial, despertou com um revólver na cabeça e agora exige segurança.
Hoje, o movimento toma conta da sociedade. Das regiões mais nobres até a periferia esquecida, estamos todos assustados, mas não conformados. Uma fita branca no peito, no pulso, na antena do carro, em qualquer lugar, simboliza esse nosso clamor pela paz.
A falta de segurança tem raízes nas dificuldades sociais do país. Mas isso não nos impede de exigir a polícia na rua, de maneira ostensiva, não só para multar, mas para nos proteger.
Precisamos ainda do apoio da imprensa -emissoras de rádio e televisão, jornais e revistas-, ajudando-nos a pressionar as autoridades para que as providências sejam tomadas. Os políticos precisam falar menos e prestar mais atenção naquilo que nós, cidadãos, falamos. Queremos a oportunidade de usar o horário político eleitoral para mobilizar ainda mais a população.

Reage São Paulo - Chega de Violência.

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