São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996 |
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FHC defende proibição do porte de arma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem em seu programa de rádio "Palavra do Presidente" que, na sexta-feira, vai pedir ao Congresso que vote, em caráter de urgência urgentíssima, o projeto que transforma em crime o porte ilegal de armas.Na Câmara tramitam dois projetos sobre o assunto. Um do deputado Eduardo Jorge (PT-SP) e outro de Roberto Jefferson (PTB-RJ), que reúne 28 propostas. A Casa aprovou, na semana passada, a urgência urgentíssima apenas para o projeto de Jorge. Segundo o presidente, a falta de medidas efetivas para proibir o porte ilegal de armas é uma das causas do aumento da violência. "Precisamos voltar a andar nas ruas, a nos debruçar nas janelas de casa, sem o risco de ser alcançados por uma bala perdida", disse. FHC lembrou que a importação ilegal de armas aumentou 26% em um ano e que 80% das armas contrabandeadas vêm dos Estados Unidos, via Paraguai. Disse ainda que a compra dessas armas é feita com dinheiro do contrabando e do tráfico de drogas. "Imagine se é possível continuarmos sob o império de uma legislação que permite depósitos altíssimos de dinheiro, sem que o depositante precise revelar a origem." O presidente falou também sobre o Fundo Penitenciário Nacional, que, segundo ele, está tendo suas verbas ampliadas. Ele ressaltou que, com recursos do fundo, o governo de São Paulo vai construir novas penitenciárias para abrigar presos do Carandiru. Na segunda parte do programa, FHC falou dos esforços do governo para acabar com o trabalho infantil. Ele citou a experiência das carvoarias do Mato Grosso do Sul, onde as famílias de trabalhadores recebem o "vale-cidadania", no valor de R$ 50. Segundo o presidente, com essa renda as crianças podem ser liberadas do trabalho para estudar. Ele anunciou ainda, para sexta, a assinatura de três documentos, entre eles um que formaliza a experiência das carvoarias e uma portaria que prevê a contribuição dos usineiros para assistência social de trabalhadores da cana. O terceiro documento será um compromisso entre diversas entidades para acabar com a exploração da mão-de-obra infantil. Texto Anterior: Entidade rejeita pena para menor de 18 Próximo Texto: Jovens são acusados de atropelar em racha Índice |
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