São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Argentina volta a ter deflação de 0,1%

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

A Argentina registrou deflação no primeiro mês após a queda do ex-ministro da Economia Domingo Cavallo. Os preços ao consumidor caíram 0,1% em agosto, segundo informou ontem o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censo).
É o terceiro mês consecutivo sem inflação. Em junho houve queda de 0,1% nos preços e, em julho, o índice foi zero. O panorama deve mudar em setembro, quando entrarão em vigência os novos preços dos combustíveis.
O presidente Carlos Menem deve aproveitar a divulgação do índice para destacar, mais uma vez, que a condução do plano econômico está em boas mãos, e que a estabilidade não corre riscos.
Não faltam rumores que indicam o contrário. O ministro do Interior, Carlos Corach, desmentiu boatos sobre uma possível "fujimorização" -fechamento do Congresso- por causa das resistências ao pacote fiscal anunciado há três semanas.
O sucessor de Cavallo, Roque Fernández, também tem se empenhado na tarefa de tranquilizar os investidores, ao mesmo tempo em que evita se desgastar junto aos parlamentares governistas.
Ontem, Fernández cedeu às pressões dos deputados e aceitou anular mais um item do pacote. Trata-se da cobrança do IVA (Imposto sobre o Valor Agregado) sobre as mensalidades escolares, que não entrará em vigor.
Os deputados já haviam vetado a imposição do IVA sobre tarifas de táxi e ingressos de espetáculos públicos. Além disso, destinaram às Províncias uma parte da arrecadação prevista com o aumento dos impostos sobre combustíveis.
Líderes da oposição ao governo Menem institucionalizaram ontem a criação da Multisetorial Opositora, reunindo políticos, empresários, religiosos e sindicalistas. A primeira tarefa da entidade será a organização do "apagón" (blecaute) de protesto no próximo dia 12.

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