São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Ladrões 'bonzinhos' fazem 30 reféns

Grupo fica 4 horas em prédio de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de homens bem-vestidos, armados e portando celulares invadiu anteontem à noite o edifício comercial Épura, na av. Angélica, 2.318, na região central de São Paulo. Eles mantiveram 30 pessoas como reféns e vasculharam escritórios por quatro horas.
Eles chegaram a pagar uma corrida de táxi para um dos reféns e não roubaram dinheiro deles.
Os assaltantes chegaram depois das 20h e ficaram até a 0h15. Quem chegava ou tentava sair era rendido e levado para a garagem coletiva. Apesar das quatro horas que ficou no prédio, o grupo só levou um carro, do técnico eletrônico Eliseu Luiz Pozzi, 37.
Segundo as testemunhas, o grupo tinha de seis a dez homens. A característica principal, segundo o advogado Nilton Ribeiro Landi, 52, era o "profissionalismo" dos assaltantes.
Preocupados em tranquilizar os reféns, diziam a toda hora que não haveria violência e acrescentavam: "Estamos aqui trabalhando".
A polícia acredita que o alvo do assalto era a Corretora de Câmbio e Valores Imobiliários Convest.
O zelador Adílson Firmino de Lima, 40, foi chamado para ajudar a empurrar um grande cofre, que os ladrões não conseguiram abrir.
Outros dois cofres menores foram abertos, mas, como só havia documentos, nada foi levado.
Landi, o zelador e a economista Rita de Cassia R.T. Leão, 25, da Convest, disseram que tiveram de ficar o tempo todo olhando para o chão e em fila, portanto não poderiam reconhecer os ladrões.
O zelador disse ter ouvido um dos assaltantes dizer que haveria R$ 500 mil no cofre da corretora. Foi ele também que contou ter visto um dos ladrões ter obrigado um outro a devolver R$ 300 que teriam sido roubados de um refém.
O zelador contou também outra história curiosa: um homem teria chegado ao prédio de táxi e pedido para o motorista esperar. Quando entrou, foi feito refém. Os ladrões, para dispensar o táxi, pagaram R$ 20 pela corrida. "Eta corridinha cara", teria dito um deles.

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